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Ministro de Relações Exteriores da China adverte os Estados Unidos sobre mudança de atitude na região asiática

O Ministro de Relações Exteriores da China, Qin Gang, alertou os Estados Unidos nesta terça-feira (7) que uma atitude “distorcida” em relação à região asiática pode levar a um “conflito e confronto”. Gang afirmou que as relações entre as duas superpotências estão tensas há anos, devido a uma série de questões, incluindo Taiwan, comércio e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia, mas pioraram no mês passado depois que os Estados Unidos derrubaram um balão na costa leste dos EUA que diz ser chinês.

Segundo o ministro, a percepção e as visões dos EUA sobre a China estão seriamente distorcidas. Eles consideram a China como seu principal rival e o maior desafio geopolítico. Os EUA afirmam que buscam competir com a China, mas não buscam conflito. Mas, na realidade, a chamada “competição” dos EUA é contenção e repressão total, um jogo de soma zero de vida e morte.

Durante a entrevista coletiva de quase duas horas, Qin fez uma defesa robusta da “diplomacia do guerreiro lobo”, uma postura assertiva e muitas vezes abrasiva adotada pelos diplomatas da China desde 2020. Ele afirmou que os diplomatas chineses devem dançar com os lobos e proteger e defender sua casa e seu país, quando chacais e lobos estão bloqueando o caminho e lobos famintos estão nos atacando.

Qin também declarou que uma “mão invisível” pressionava pela escalada da guerra na Ucrânia “para servir a certas agendas geopolíticas”, sem especificar a quem se referia. Ele afirmou que a China precisa ampliar as relações com a Rússia à medida que o mundo se torna mais turbulento, e que as interações estreitas entre o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, e seu colega russo, Vladimir Putin, ancoraram as relações dos vizinhos.

Questionado se é possível que a China e a Rússia abandonem o dólar e o euro para o comércio bilateral, o ministro disse que os países devem usar qualquer moeda que seja eficiente, segura e confiável. A China tem procurado internacionalizar seu renminbi, ou o yuan, que ganhou popularidade na Rússia no ano passado depois que as sanções ocidentais fecharam os bancos russos e muitas de suas empresas fora dos sistemas de pagamento em dólar e euro. “As moedas não devem ser o trunfo para sanções unilaterais, muito menos um disfarce para intimidação ou coerção”, declarou Qin.

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