Nesta sexta-feira, 26, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião com as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Originários, Sônia Guajajara, no Palácio do Planalto. O encontro promete ser de extrema importância, uma vez que as duas ministras expressaram insatisfação com os esvaziamentos de suas massas após a aprovação do MP dos Ministérios.
Diante da recente derrota do governo na análise do MP dos Ministérios, as ministras Marina Silva e Sônia Guajajara se recusaram a aceitar as mudanças impostas. Com uma base combinada enfraquecida, o governo tem enfrentado dificuldades para avançar em questões discutidas no Congresso Nacional.
Marina Silva, em particular, não esconde seu descontentamento com a perda da gestão do Cadastro Ambiental Rural, sistema de informações sobre propriedades rurais, que agora está sob responsabilidade do Ministério da Gestão, e da Agência Nacional de Águas, que passou para o Ministério do Desenvolvimento Regional. Durante a posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes, Marina enfatizou a gravidade do momento que o governo atravessa, afirmando: “Nós temos que resistir e vamos resistir manejando essas contradições, criando alternativas, buscando soluções e cuidando do legado”.
Por sua vez, a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, também não está satisfeita com as mudanças ocorridas em sua massa. A estrutura responsável pela demarcação de terras indígenas, antes sob sua supervisão, agora está a carga do Congresso Nacional. Essa transferência de atribuição foi resultado da aprovação da urgência de votação do Marco Temporal, uma medida que visa restringir a demarcação de terras apenas executivas efetivamente ocupadas até a promulgação da Constituição.
Nas redes sociais, Guajajara expressou sua preocupação com o que ela chama de “desmonte da política indígena” no país. Ela destacou que a transferência da demarcação para o Congresso é um equívoco perigoso, pois coloca em risco os direitos dos indígenas e abre espaço para influências políticas e interesses psicológicos. Além disso, a ministração lembrou que o Congresso abriu recentemente a MP da Mata Atlântica, que flexibilizou e facilitou o desmatamento nesse importante bioma.
Diante desse contexto, a reunião entre Lula, Marina Silva e Sônia Guajajara ganha voz. A expectativa é que os representantes do governo discutam possíveis soluções para atender às demandas das ministras e encontrar alternativas que preservem as políticas ambientais e indígenas no país.
