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Petrobras busca licenciamento para exploração na foz do Rio Amazonas

A Petrobras, gigante estatal brasileira do setor petrolífero, está novamente nas manchetes após apresentar um pedido de reconsideração para a concessão de licenciamento visando a exploração de jazidas de petróleo na foz do Rio Amazonas, a cerca de 200 quilômetros da costa do Amapá. O anúncio do pedido foi feito pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates, na última quinta-feira.

A empresa ressalta que se trata de uma atividade temporária, de baixo risco, com uma duração prevista de aproximadamente cinco meses. Alega também que somente após a perfuração do poço Morpho 1-APS-57, será possível confirmar o potencial do bloco e verificar a existência e o perfil de uma possível jazida de petróleo. Caso o combustível seja encontrado, a Petrobras terá de submeter outro pedido de licenciamento para prosseguir com as atividades.

Para reiterar a importância desse pedido de licenciamento, o presidente da estatal divulgou nas redes sociais uma série de questões técnicas estabelecidas pela Petrobras. Prates destacou que a empresa já contratou uma Sonda de Perfuração Marítima, que está posicionada no ponto de perfuração, aguardando a finalização do processo de licenciamento.

Vale ressaltar que, em 17 de maio, o primeiro pedido feito pela Petrobras foi indeferido pelo Ibama, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. No dia seguinte à decisão, a companhia emitiu uma nota anunciando que apresentaria um recurso.

Segundo o despacho do Ibama, assinado pelo presidente Rodrigo Agostinho, alguns argumentos foram levantados para justificar o indeferimento do licenciamento. Dentre eles, destacam-se as “inconsistências identificadas sucessivamente” e a “notória sensibilidade socioambiental da área de influência e da área sujeita ao risco”. O órgão também afirmou ter oferecido todas as oportunidades para a Petrobras corrigir os pontos críticos do projeto, porém ainda há preocupantes inconsistências.

Agora, o pedido de reconsideração feito pela Petrobras coloca em debate uma questão de extrema relevância: a exploração petrolífera na foz do Rio Amazonas. Por um lado, a empresa argumenta que a atividade é temporária, com baixo risco e que a confirmação do potencial das jazidas de petróleo é essencial para avaliar a viabilidade do projeto. Por outro lado, o Ibama, responsável por avaliar os impactos ambientais, destaca as inconsistências encontradas e a sensibilidade socioambiental da região.

É fundamental que esse debate seja conduzido de maneira ampla e aprofundada, levando em consideração os aspectos econômicos, ambientais e sociais envolvidos. O Brasil possui uma rica biodiversidade na Amazônia e a proteção do meio ambiente é um compromisso de todos nós. No entanto, é preciso também ponderar a importância da indústria petrolífera para a economia nacional e para a geração de empregos.

A decisão final sobre o pedido de licenciamento da Petrobras exigirá um equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico. Nesse sentido, é indispensável que o Ibama, a empresa e outros órgãos competentes promovam um diálogo transparente e embasado em estudos técnicos, a fim de tomar a melhor decisão para o Brasil e para a região da Amazônia.

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