Na próxima terça-feira (30), Brasília será palco de uma importante cúpula entre os chefes de Estado da América do Sul. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reconhecido por sua defesa da integração regional, irá liderar a discussão em prol da criação de uma instância para integrar todos os países sul-americanos. Neste artigo, analisaremos os principais pontos dessa iniciativa e seus possíveis aperfeiçoamentos.
A proposta de uma instância de integração regional, defendida por Lula, busca estabelecer um fórum para discutir questões regionais e buscar respostas comuns às demandas globais. O presidente brasileiro vê a integração sul-americana como uma prioridade em sua política externa, e está em negociação para realizar reuniões bilaterais à margem da cúpula.
Articulado pelo governo brasileiro, o encontro contará com a presença de todos os chefes de Estado sul-americanos, com exceção da presidente do Peru, Dina Boluarte, que enviará um representante. Vale ressaltar que Boluarte assumiu o governo local após a destituição de Pedro Castillo devido a uma tentativa de golpe de Estado. Por motivos constitucionais e em meio à crise política em seu país, ela não pode deixar o Peru.
Inicialmente, a proposta da cúpula é identificar os denominadores mínimos comuns para iniciar o diálogo sul-americano. Dependendo dos assuntos entre os chefes de Estado, esse diálogo poderá resultar na criação de um fórum ou bloco maior do que a inativa União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que reúne sete países e não realiza encontros formais desde 2014.
A secretária da América Latina e Caribe do Itamaraty, a embaixadora Gisela Padovan, enfatizou que é prematura afirmar qual caminho os presidentes sul-americanos seguirão, uma vez que existem divergências de opinião entre eles. No entanto, Lula defende uma união de todos os países da região, não apenas de uma parte deles. O Brasil deseja uma integração permanente, que seja imune às oscilações políticas entre as correntes de esquerda e direita.
Gisela ressalta a importância de evitar uma integração fragmentada, dividida. Para ela, a reunião de terça-feira é um ponto de partida, e não de chegada. Espera-se que essa discussão surjam orientações sobre o rumo, o tempo e a velocidade em que a integração deve ocorrer.
A cúpula será realizada no Palácio Itamaraty e terá um formato bastante restrito, com os presidentes acompanhados apenas de três pessoas. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a intenção é promover um diálogo informal e uma troca de ideias para reavivar os laços estremecidos nos últimos anos. Na noite de terça-feira, Lula oferecerá um jantar no Palácio da Alvorada como parte do evento.
A cúpula de chefes de Estado sul-americano liderada pelo presidente Lula traz consigo a expectativa de receber a integração regional. A proposta de criar uma instância para discutir as questões sul-americanas e buscar respostas conjuntas às demandas globais reflete o desejo de estabelecer uma integração permanente e evitar fragmentações. Resta aguardar os resultados dessa cúpula para verificar os rumores de que a integração sul-americana levará nos próximos anos.