No próximo dia 1º de junho, uma medida provisória que reestruturará a Esplanada dos Ministérios poderá caducar caso não seja votada tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Essa situação acarretaria no desaparecimento de 17 ministérios do governo Lula, o que poderia representar a primeira grande crise enfrentada por sua gestão. Entre os ministros que podem perder suas cargas estão Simone Tebet, atual ministra do Planejamento, e Geraldo Alckmin, ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Preocupado com a possibilidade dessa derrota, o presidente Lula convocou uma reunião de última hora com o núcleo de articulação política do governo na manhã desta quarta-feira (31/5). O objetivo desse encontro era discutir as recentes derrotas sofridas na Câmara, bem como a situação da referida medida provisória.
Apesar de alguns membros do governo minimizarem o impacto do esvaziamento realizado nos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas na última semana, é inegável que, caso a medida provisória caduque, o governo enfrente sua primeira grande crise.
Atualmente, o governo Lula conta com 31 ministérios e outros seis órgãos com status de ministério. No entanto, se a medida provisória não for votada, o país voltará a ter 23 ministros, quantidade que estava prevista durante o governo de Jair Bolsonaro.
Além de Simone Tebet e Geraldo Alckmin, outros ministros que podem perder seus cargos são:
- Ana Moser, ministra do Esporte;
- André de Paula, ministro da Pesca e Aquicultura;
- Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial;
- Carlos Lupi, ministro da Previdência Social;
- Cida Gonçalves, ministra da Mulher;
- Esther Dweck, ministra de Gestão;
- Jader Filho, ministro das Cidades;
- Luiz Marinho, ministro do Trabalho;
- Márcio França, ministro dos Portos e Aeroportos;
- Margareth Menezes, ministra da Cultura;
- Renan Filho, ministro dos Transportes;
- Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário;
- Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social;
- Sônia Guajajara, ministra dos Povos Originários; e
- Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social.
Essa possível redução significativa no número de ministérios gera um sinal de alerta para o governo Lula. Afinal, a perda de tantos ministros poderia afetar a capacidade de ação e governabilidade, além de levantar questionamentos sobre a forma como a gestão está sendo conduzida.
É importante destacar que o desaparecimento desses ministérios não significa necessariamente que suas atribuições e responsabilidades serão eliminadas. É provável que, em uma eventual garantia governamental, algumas dessas funções sejam redistribuídas e incorporadas a outros ministérios já existentes.
Diante desse cenário, o governo Lula precisa articular de forma eficiente para garantir que a medida provisória seja votada e, assim, evitar a perda desses ministérios. Caso contrário, a gestão enfrentará um desafio significativo, tanto em termos de governabilidade quanto de confiança perante a opinião pública.