Nesta quarta-feira, uma notícia chamou a atenção no mundo digital: o Google revelou ter investido cerca de R$ 2,1 milhões em anúncios contra o Projeto de Lei das Fake News (PL 2630). A divulgação do documento foi enviada ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, trazendo à tona a questão da liberdade de expressão e a preocupação em relação aos efeitos colaterais dessa proposta legislativa.
O PL 2630, popularmente conhecido como a Lei das Fake News, tem como objetivo principal combater o discurso de ódio na internet e responsabilizar as plataformas digitais por conteúdos enganosos ou falsos. Os críticos da proposta argumentam que ela poderia violar a liberdade de expressão e, além disso, privilegiar grandes empresas com maior poder financeiro, prejudicando a diversidade de vozes na mídia.
Ao divulgar a lista de veículos que obtiveram os investimentos em anúncios, o Google revelou que a maior parcela do montante foi destinada à empresa SeMeta/Facebook, com um valor de R$ 639.286,75. Em seguida, temos a renomada Folha de S.Paulo, com R$ 634.023,94, e o jornal Correio Braziliense, com R$ 416.632,32. É interessante notar a presença tanto de veículos online quanto de mídias tradicionais, demonstrando a diversidade dos canais de comunicação utilizados pelo Google para veicular suas propagandas.
Um ponto importante de discussão é o financiamento de produção de conteúdo, que pode favorecer empresas com mais recursos financeiros e poder de barganha. Isso acaba transferindo uma parcela significativa dos investimentos publicitários para os já consolidados oligopólios da mídia, em detrimento de veículos menores e independentes. A quebra de uma série de empresas é uma consequência temida por muitos no setor da comunicação.
Apesar de o Google ter tomado a iniciativa de investir em anúncios contrários ao PL das Fake News, vale ressaltar que a empresa não se posicionou oficialmente sobre sua posição em relação à proposta. É possível inferir que, ao destinar esse valor significativo para a campanha contra a lei, o gigante da tecnologia expressa suas preocupações sobre o possível sem que o projeto possa trazer ao ecossistema da internet e da mídia como um todo.