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Operação da PF em Alagoas Gera Tensão entre Dino e Lira

O ministro da Justiça, Flávio Dino, se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, logo após a Polícia Federal (PF) deflagrar uma operação contra aliados do parlamentar alagoano. O encontro, que ocorreu na manhã da última quinta-feira, teve como objetivo amenizar os ânimos e esclarecer os eventos recentes.

De acordo com as informações transmitidas pelo Oeste, o ministro Dino buscou explicar ao presidente da Câmara que a operação desencadeada pela PF foi uma decisão exclusiva da Justiça Federal em Alagoas e não tinha motivações pessoais. A tensão entre os dois já vinha crescendo desde o dia anterior, quando o presidente Lira e o governo precisaram lidar com a aprovação urgente da medida provisória (MP) dos ministérios, que estava prestes a caducar.

Em uma tentativa de obter o apoio necessário no Congresso para a aprovação da MP, o presidente Lula recorreu a Arthur Lira. No entanto, como as relações entre os dois líderes não estavam em um bom momento, e Lira deixou claro que não se esforçaria mais para ajudar o governo. Em suas palavras, ele afirmou que o governo deveria andar com suas próprias pernas e que qualquer falha na aprovação da MP seria de responsabilidade da gestão Lula, não da Câmara.

A situação já estava tensa quando o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou a pauta de uma ação que poderia tornar Lira réu por corrupção passiva. Essa notícia chegou momentos antes da votação na Câmara, gerando ainda mais turbulência. No entanto, mesmo com todos esses obstáculos, a medida provisória foi aprovada com uma ampla margem de votos aceita: 337 a favor e apenas alguns contrários.

No dia seguinte à votação, a Polícia Federal cumpriu 26 mandados de busca e dois de prisão temporária em Alagoas. Entre os alvos estava Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD), que possui ligações próximas com Lira, e Luciano Ferreira Cavalcante, ex-assessor de gabinete do presidente e atualmente lotado na liderança do PP. O celular de Cavalcante também foi compreendido durante a operação.

Apesar da explicação oferecida pelo ministro da Justiça, Arthur Lira parecia não estar identificado de que a operação não teve motivações pessoais, especialmente considerando o momento político delicado enfrentado pelo governo. Apenas um dia após o teste de fogo no Congresso, a ação da PF gerou dúvidas e suspeitas sobre possíveis intenções ocultas por trás do episódio.

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