A procuradora de Justiça Carla Fleury de Souza, do Ministério Público de Goiás (MP-GO) se envolveu recente em uma polêmica ao reclamar do seu salário. Em uma sessão do Colégio de Procuradores de Justiça, Carla expressou sua insatisfação com o salário de R$ 37,5 mil, alegando que seu dinheiro é destinado apenas para satisfazer suas vaidades, como brincos, pulseiras e sapatos. No entanto, os dados revelam uma realidade bem diferente.
De acordo com informações obtidas no Portal da Transparência do Ministério Público, Carla Fleury recebeu uma remuneração total de R$ 667,2 mil entre maio de 2022 e abril de 2023. Mesmo considerando os descontos, sua remuneração líquida ultrapassou a marca de meio milhão de reais, totalizando R$ 591,5 mil. Esses números nos fazem refletir sobre a disparidade entre o discurso e a prática da procuradora.
Carla Fleury não está sozinha em sua percepção de que os salários dos procuradores são baixos. Yara Alves, outra procuradora do MP-GO, também tem expressado sua insatisfação em relação à remuneração. Durante a mesma sessão, Yara afirmou que os procuradores estão sendo humilhados, vivendo com o pires na mão, e pedindo esmolas. Essas palavras revelam uma insatisfação generalizada dentro da categoria.
No mês de março de 2023, Carla Fleury recebeu um total líquido de R$ 58,8 mil, sendo R$ 29,1 mil apenas em verbas indenizatórias. Já Yara Alves teve rendimentos brutos que ultrapassaram os R$ 60 mil no mês de maio. Esses números podem não refletir a realidade de todos os procuradores, mas evidenciam que a remuneração não condiz com as manifestações sugerem.
Lembrando que os servidores do MP-GO estão em greve desde 15 de maio, reivindicando aumento salarial e correção da Revisão Geral Anual de 2019, 2020 e 2021. Essas demandas devem ser analisadas com seriedade, levando em consideração as especificidades da categoria e as responsabilidades atribuídas aos procuradores.
Enquanto isso, cabe à sociedade acompanhar de perto esse debate e exigir transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos. A população tem o direito de conhecer detalhadamente como são distribuídos os valores destinados aos salários dos procuradores, bem como as demais despesas da instituição.