Ginecologista preso sob suspeita de abusar sexualmente de pacientes em Maringá; médico teria utilizado hipnose, afirma delegado
Um médico ginecologista e obstetra, Felipe Sá, de 40 anos, foi temporariamente preso na tarde de quinta-feira (15) sob suspeita de abusar sexualmente de pacientes em Maringá, no norte do Paraná.
As investigações apontaram que os crimes ocorreram dentro do seu consultório particular.
Sá é alvo de investigação desde janeiro, sendo acusado de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável.
Três mulheres já denunciaram o médico à polícia, e outras vítimas foram identificadas e serão ouvidas.
Segundo o delegado Dimitri Tostes Monteiro, responsável pelo caso, uma das vítimas teria sido abusada enquanto estava sob efeito de hipnose.
“Em relação a uma das vítimas, ele usou hipnose para tentar diminuir a compreensão dela sobre o ato.
Durante essa situação, ele instruiu que ela se masturbasse e praticasse toques sexuais, visando seu próprio prazer”, relatou o delegado.
A prisão do médico tem validade de 30 dias, podendo ser prorrogada. Até o momento, a defesa do suspeito optou por não se manifestar.
Para efetuar a prisão, uma policial grávida se passou por paciente e marcou uma consulta com o médico. Essa estratégia foi adotada para confirmar a presença do médico no consultório.
Após a confirmação, a policial deu o sinal verde para o início da operação, e os policiais apreenderam dois computadores, um HD e o celular de Sá no consultório.
O apartamento do médico também foi alvo de busca.
Segundo o delegado, o médico criava um “ambiente de segurança” para conquistar a confiança das pacientes e, em seguida, cometer os crimes.
“Ele estabelecia um ambiente de confiança prévio.
Ele até abordava o tema do empoderamento feminino, o papel da mulher na sociedade, para cativá-las e criar essa confiança, e então praticava supostamente esses atos, esses abusos sexuais durante o exame”, explicou Monteiro.
As vítimas que denunciaram não se conheciam e já eram pacientes do médico antes dos abusos.
“Uma das vítimas estava realizando um exame ginecológico, enquanto as outras duas fizeram exames pós-parto, pois já haviam dado à luz com a assistência desse médico.
Elas já possuíam essa relação de confiança, e depois retornaram ao consultório e foram submetidas a essas práticas criminosas, em tese”, afirmou o delegado.