Na quinta-feira, pelo menos 227 migrantes foram resgatados nas Ilhas Canárias, após relatos de mais de 30 mortes de migrantes na região.
Os serviços de emergência informaram que a Guarda Costeira resgatou os migrantes que estavam em botes infláveis próximos às ilhas Lanzarote e Gran Canaria, no Oceano Atlântico.
Após o resgate, alguns migrantes foram encaminhados para o hospital para receber tratamento devido a uma condição leve.
Na quarta-feira, duas organizações de caridade relataram que mais de 30 migrantes podem ter se afogado após o naufrágio de sua embarcação em Gran Canaria.
As autoridades espanholas encontraram os corpos de um menor e um homem, além de terem resgatado outras 24 pessoas.
No entanto, as organizações – Walking Borders e Alarm Phone – afirmam que cerca de 60 pessoas estavam a bordo da embarcação.
Helena Maleno Garzon, do Walking Borders, relatou que 39 pessoas se afogaram, incluindo quatro mulheres e um bebê, enquanto o Alarm Phone informou que 35 pessoas estão desaparecidas.
As Ilhas Canárias, embora estejam localizadas ao largo da costa oeste da África, fazem parte da Espanha.
Muitos migrantes viajam da África para o arquipélago na esperança de chegar à Europa continental.
Essa rota migratória pelo Atlântico, conhecida como rota do oeste da África, é considerada uma das mais perigosas do mundo.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) da ONU, pelo menos 543 migrantes morreram ou desapareceram nessa jornada em 2022.
Embora haja registros de 45 naufrágios ao longo dessa rota durante esse período, a OIM reconhece que esses números são provavelmente subestimados devido à falta de dados completos.
A maioria dos migrantes que se arrisca nessa jornada é originária do Marrocos, Mali, Senegal, Costa do Marfim e outras partes da África Subsaariana.
Essa crise migratória não se restringe apenas às Ilhas Canárias.
Na semana passada, um barco com centenas de migrantes afundou na costa grega, resultando em pelo menos 78 mortes confirmadas e um número ainda desconhecido de desaparecidos.
A guarda costeira grega afirma que o barco estava navegando em direção à Itália e não precisava de resgate, porém, evidências obtidas pela BBC levantam dúvidas sobre essa versão.
Esses trágicos incidentes reforçam a necessidade de uma resposta coordenada e solidária por parte da União Europeia diante dessa crise migratória.