Yevgeny Prigojin partirá para Belarus enquanto soldados vinculados ao grupo paramilitar assinam contratos com o Ministério da Defesa da Rússia
No desenrolar dos acontecimentos após a rebelião liderada por Yevgeny Prigojin, líder do Grupo Wagner, contra o governo russo, uma série de desenvolvimentos significativos ocorreram. Algumas horas após Prigojin anunciar o recuo da rebelião contra Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, informou que o processo criminal aberto contra ele será arquivado e que ele partirá para Belarus sem enfrentar acusações legais. Além disso, soldados vinculados ao grupo paramilitar que não participaram da rebelião deverão assinar contratos com o Ministério da Defesa da Rússia, passando assim a responder diretamente à cadeia de comando militar russa.
A rebelião teve início na noite de sexta-feira, 23 de junho, quando o Grupo Wagner, um grupo mercenário que estava auxiliando a Rússia na guerra na Ucrânia, se revoltou contra o governo russo, culpando o Ministério da Defesa da Rússia pelos ataques a acampamentos do grupo, que resultaram na morte de vários de seus membros. Prigojin prometeu retaliação e iniciou a rebelião, declarando seu objetivo de depor o comando militar do país e tomando controle da cidade de Rostov.
No entanto, no meio da tarde de sábado, Prigojin cancelou a rebelião, alegando que o objetivo era evitar derramamento de sangue. Ainda não está claro se a saída do Grupo Wagner do território faz parte dos termos negociados para garantir um cessar-fogo entre os militares e paramilitares. Houve uma conversa entre as partes envolvidas, mediada pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e o governo russo confirmou que um acordo foi alcançado. Segundo o porta-voz do Kremlin, o objetivo principal era evitar confrontos violentos e seus resultados imprevisíveis.
Apesar das desavenças registradas entre sexta-feira e sábado, Dmitri Peskov assegurou que o “motim frustrado” não afetará a ofensiva em curso na Ucrânia, que já se aproxima do segundo ano. Ele destacou que a operação militar especial continua e que as forças russas conseguiram repelir a contraofensiva ucraniana.
Esses eventos têm gerado grande repercussão internacional, uma vez que a rebelião do Grupo Wagner representou um desafio significativo ao governo do presidente Vladimir Putin. A comunidade internacional segue de perto os desdobramentos dessa crise em meio ao conflito em curso na Ucrânia, que já causou um grande número de vítimas e instabilidade na região.