O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está envolvido em processo para definir o comando da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), recentemente recriado pela Câmara dos Deputados, com um partido do Centrão. Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, o Partido Progressista (PP) poderá assumir a chefia desse órgão, que tem como responsabilidade a execução de obras de saneamento.
De acordo com um membro do governo, após a recriação da Funasa, o processo de distribuição de cargas será aberto, contemplando não apenas o comando nacional, mas também as superintendências estaduais. As partidas, no entanto, só devem ter início após a definição da estrutura exata da fundação.
A Funasa, que agora estará subordinada ao Ministério da Saúde, terá seu orçamento determinado com base em um levantamento do Ministério das Cidades, que vinha executando suas funções até então. O montante exato ainda está sendo apurado.
Embora reconheçam que a Funasa não possui o mesmo poder de atração que o bilionário Ministério da Saúde, membros do governo acreditam que a fundação, combinados a outras composições e à liberação de nomeações pendentes em diferentes áreas, poderão contribuir para melhorar a relação do governo com o Congresso.
Uma vez que a Funasa deixou de existir, será necessário que o Congresso aprove um projeto de decreto legislativo para definir os termos de sua recriação. Os líderes dos quatro blocos parlamentares do Senado – Ciro Nogueira (PP-PI), Eliziane Gama (PSD-MA), Efraim Filho (União-BA) e Wellington Fagundes (PL-MT) – aceitaram um requerimento na quinta-feira, dia 22, solicitando que o projeto tramite em regime de urgência.
O Ministério da Saúde, com um orçamento de R$ 183,8 bilhões, desperta o interesse dos partidos do Centrão. No entanto, Lula descartou, por enquanto, substituir Nísia Trindade, uma profissional técnica sem vínculo partidário, do comando do ministério.