Os atores de Hollywood decidiram entrar em greve após o fracasso das negociações com os estúdios. A desta quinta-feira 13/07/2023, a categoria se juntará aos roteiristas, que estão paralisados desde maio, em uma ação conjunta que promete paralisar a produção cinematográfica e televisiva nos Estados Unidos.
Comunicado pelo sindicato que representa os atores de Hollywood, o SAG-AFTRA, o anúncio oficial da greve foi feito pela presidente do sindicato, Fran Drescher, e pelo líder das negociações, Duncan Crabtree-Ireland, em uma coletiva de imprensa. Segundo eles, a decisão de entrar em greve foi motivada pela falta de prioridade dos estúdios em relação aos contribuidores essenciais da indústria do entretenimento.
Drescher afirmou: “Quando empregadores fazem de Wall Street e da ganância suas prioridades e esquecem dos contribuidores essenciais que fazem a máquina funcionar, nós temos um problema, e estamos vivendo isso neste momento”.
As negociações entre o sindicato e os representantes dos estúdios já vinham se arrastando há algum tempo. Os principais pontos em discussão incluíam melhores salários e benefícios para os atores, bem como a regulamentação do uso de inteligência artificial na produção de filmes e programas de televisão, visando proteger as imagens digitais dos artistas.
A greve simultânea dos atores e roteiristas terá impactos significativos na indústria do entretenimento. Além de impedir a promoção de lançamentos de filmes aguardados e a participação em festivais importantes, como o de Veneza e o de Toronto, a realização do Emmy 2023 também fica ameaçada.
Em 2007-2008, a última grande greve em Hollywood, protagonizada pelos roteiristas, resultou em um impacto econômico estimado em cerca de US$ 2 bilhões na Califórnia. Agora, com a greve conjunta de atores e roteiristas, espera-se que os prejuízos sejam significativos.
O SAG-AFTRA defende, entre outras demandas, o pagamento de “residuais” sempre que um filme ou programa em que os artistas atuaram seja exibido em emissoras ou na TV a cabo. No entanto, o surgimento de plataformas de streaming, como Netflix e Disney+, tem dificultado a obtenção desses pagamentos devido à falta de divulgação dos dados de audiência.
Outro ponto de discórdia entre o sindicato e os estúdios é o uso da inteligência artificial. Os atores e roteiristas buscam garantias de que seu uso será regulamentado, mas até o momento os estúdios se recusaram a ceder nesse aspecto.A gravidade da situação foi reconhecida pelos membros do conselho, que votaram unanimemente a favor da greve.
A Aliança dos Produtores de Filmes e Televisão (AMPTP) divulgou um comunicado afirmando que o SAG recusou diversas propostas, incluindo aumentos em pagamentos mínimos e residuais de exibições internacionais, além de uma proposta inovadora relacionada à inteligência artificial. No entanto, Crabtree-Ireland negou essa versão dos representantes dos estúdios, alegando que as propostas não eram justas para os atores.
Com o impasse entre os atores e os estúdios, a indústria do entretenimento aguarda ansiosamente por uma resolução para essa greve histórica, que promete ter repercussões tanto na produção de filmes e programas de televisão quanto nos eventos culturais e premiações importantes nos próximos meses.
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