A tensão entre a Rússia e a Ucrânia alcançou um novo patamar nos últimos dias, com a suspensão do acordo de grãos e o bloqueio quase total dos portos ucranianos pela Rússia. O conflito escalou ainda mais com o registro de ataques noturnos russos, causou vítimas humanas e danificou a infraestrutura portuária na região de Odessa.
A suspensão do acordo de grãos, que foi mediado pela Turquia no ano passado, ocorreu em 17 de julho, com o Kremlin justificando que as obrigações relacionadas à retirada dos obstáculos para a exportação de alimentos e fertilizantes russos ainda não foram pela Ucrânia. Este acordo havia contribuído para evitar uma crise alimentar global e reduzir os preços dos alimentos em mais de 20% globalmente. No entanto, as relações entre as duas nações continuam tensas, e a Rússia bloqueou praticamente todos os portos ucranianos, gerando preocupações sobre o abastecimento e a segurança alimentar na região.
O Exército ucraniano, em meio aos bloqueios e ataques, clamou por reforços de mísseis e defesa aérea moderna para proteger a infraestrutura de grãos do país. A porta-voz do exército ucraniano, Nataliya Gumenyuk, afirmou a necessidade urgente de equipamentos capazes de combater os mísseis usados pelo inimigo, referindo-se à Rússia.
Além dos bloqueios portuários, a região de Odessa tem sido alvo frequente de ataques noturnos russos. O último ataque relatado envolveu mísseis Kalibr lançados de um submarino no mar Negro, que resultou na morte de um homem e danos a instalações portuárias. Outros ataques com mísseis Kalibr e drones explosivos Shahed, de fabricação iraniana, também foram realizados.
Em resposta aos ataques, a força aérea ucraniana informou que os drones Shahed foram interceptados e destruídos nas regiões de Khmelnitsky, Dnipropetrovsk e Donetsk, mas lamentou a incapacidade de derrubar os mísseis Kalibr que atingiram infraestruturas portuárias em Odessa.
Por sua vez, o Ministério da Defesa russo anunciou que seus ataques de longo alcance e alta precisão atingem aeródromos ucranianos, centros de comando e depósitos de armas ocidentais, acusando as forças armadas ucranianas de contar com equipamentos militares de fabricação ocidental.