No desdobramento de uma operação de grande envergadura, a Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (10), três mandados de busca e apreensão.
O alvo é o possível recrutamento de adolescentes para integrarem as fileiras da organização terrorista globalmente conhecida como Estado Islâmico.
Dois mandados foram cumpridos em São Paulo, enquanto um terceiro ocorreu no Rio de Janeiro.
A ação faz parte de uma investigação que visa a obtenção de novos elementos probatórios em relação a este preocupante fenômeno.
As ordens judiciais foram emanadas pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Belo Horizonte, indicando a abrangência e coordenação do esforço investigativo.
O ponto focal desse inquérito se originou com a prisão de um cidadão brasileiro no último 11 de junho, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Naquela ocasião, ele estava prestes a embarcar para o exterior com a alegada intenção de aderir às fileiras do Estado Islâmico.
Mais alarmante, entretanto, é a suspeita de que este indivíduo tenha sido um agente ativo no recrutamento de adolescentes, através de plataformas de mensagens digitais, com a finalidade de incitá-los a promover e unir-se à causa terrorista.
Consoante a avaliação da Polícia Federal, a atuação desse detido é caracterizada como um delito de corrupção de menores, tipificado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
A investigação ressalta que o emprego do ciberespaço para a perpetração deste crime está em consonância com as dinâmicas do mundo contemporâneo.
De acordo com as diretrizes legais, a pena para cada jovem recrutado pode variar entre um e quatro anos de reclusão.
É importante destacar que, considerando o objetivo de incitar os menores a praticar infrações contempladas na Lei de Terrorismo, classificada como crime hediondo, tais sanções podem ser aumentadas em um terço.
O Grupo Estado Islâmico, uma agremiação radical sunita oriunda da vertente iraquiana da Al-Qaeda, tem mantido presença significativa em áreas da Síria e do Iraque.
Sua fundação foi gestada a partir do declínio do regime de Saddam Hussein no Iraque e ganhou força durante o conflito civil sírio, quando seus adeptos se amalgamaram com as facções rebeldes que se opunham ao governo de Bashar al-Assad.
A organização é notória por seu controle territorial, perseguição a minorias religiosas e perpetração de ataques terroristas em diversos pontos do globo.
