Uma cena observada se desenvolveu recentemente na remota Ilha Tyuleniy, no Mar de Okhotsk, localizada na Sibéria. Mais de 300 focas do norte (Callorhinus ursinus) e leões-marinhos Steller foram encontrados mortos em uma misteriosa morte em massa, lançando um véu de preocupação sobre a saúde e a conservação dessas espécies emblemáticas. A ilha, também conhecida como a ‘Ilha das Focas’, desempenha um papel fundamental no ciclo reprodutivo desses animais.
As imagens perturbadoras capturadas por conservacionistas do grupo Friends of the Ocean e da organização Club Boomerang revelam uma paisagem lúgubre, com carcaças espalhadas ao longo da costa, reascendendo as discussões sobre a crescente preocupação com a saúde da vida marinha.
A causa desse evento trágico permanece enigmática, desencadeando uma série de teorias e possibilidades. Os venenos, toxinas e toxinas virais foram levantados como suspeitas, mas até o momento, a fonte exata da mortalidade em massa permanece incerta.
Especialistas, incluindo a destacada veterinária-chefe do Primorsky Aquarium, Maria Chistaeva, estão unidos na busca por respostas. Chistaeva não descartou a possibilidade de gripe aviária como um fator contribuinte, levantando preocupações de que essa doença pode estar se espalhando entre as marinhas isoladas.
A gravidade da situação levou as autoridades a agir rapidamente. Zonas de quarentena para a gripe aviária foram protegidas nas regiões costeiras da vizinha Ilha Sakhalin, uma medida de incentivo destinada a conter qualquer disseminação potencial dessa doença devastadora.
A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, já causou estragos nas populações de aves marinhas em todo o mundo, especialmente após a identificação da cepa H5N1. Essa cepa particularmente virulenta foi detectada pela primeira vez em gaivotas em 2021, desencadeando preocupações sobre a possibilidade de transmissão para mamíferos marinhos.
Ao longo deste ano, a comunidade científica tem se empenhado em investigar se a cepa H5N1 alcançou de focas e leões-marinhos, como suspeitam alguns investigadores. O cenário de devastação no Peru, onde milhares de leões-marinhos perderam a vida, reforça a preocupação com a transmissão da gripe aviária entre diferentes espécies marinhas.
O grupo de expedição que visitou a Ilha Tyuleniy possuía uma missão vital: combater o combustível plástico que ameaçava os ecossistemas marinhos e, ao mesmo tempo, salvar animais presos em detritos plásticos. Antes da trágica descoberta da morte em massa, eles conseguiram salvar 151 focas do norte, uma conquista significativa considerando a classificação “vulnerável” dessas criaturas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Historicamente caçadas pelo comércio global de peles, as focas do norte agora enfrentam novos desafios. A competição com a pesca e os efeitos das mudanças climáticas acentuam ainda mais a ameaça que paira sobre essas espécies icônicas. Essa tragédia na Ilha Tyuleniy serve como um apelo urgente da necessidade de esforços colaborativos e comprometidos para preservar a rica biodiversidade das éguas.
Enquanto especialistas aguardam os resultados das análises das amostras biológicas coletadas, o mundo aguarda ansiosamente por respostas que possam esclarecer o mistério por trás da morte em massa das focas e leões-marinhos na Sibéria. No ínterim, o líquido inquieto dessa perda nos incentiva a redobrar nossos esforços na proteção dos habitantes mais remanescentes de nossos oceanos.