Promotores alemães anunciaram hoje (21) que conseguiram uma revista na residência de dois ativistas pró-Kremlin, Max Schlund e Elena Kolbasnikova, em meio a suspeitas de violação da Lei de Controle de Armas de Guerra. A ação ocorreu na sequência de ameaça de que o casal teria infringido regulamentos relacionados à produção e transferência de armas de guerra.
Schlund e Kolbasnikova se destacaram como organizadoras de diversos comícios, protestando contra o apoio da Alemanha à Ucrânia desde o início da invasão em grande escala por parte da Rússia no ano passado. De acordo com informações da Reuters, em janeiro deste ano, o casal utilizou fundos arrecadados de apoiadores na Alemanha para financiar uma divisão do exército russo nos combates na Ucrânia. O dinheiro era supostamente destinado à aquisição de equipamentos como rádios walkie-talkie, fones de ouvido e telefones.
A busca na residência do casal, realizada em março, teve como objetivo coletar evidências que corroborassem a reportagem da Reuters. Ulf Willuhn, representante dos promotores públicos de Colônia, confirmou que a operação se baseou em suspeitas de violação da Lei de Controle de Armas de Guerra. No entanto, ele recusou qualquer relação direta com o apoio dos ativistas da região de Donbass no leste da Ucrânia. Willuhn se absteve de fornecer maiores detalhes sobre a investigação em curso.
A legislação alemã de armas de guerra exerce controle sobre a produção, venda e transferência de uma ampla gama de armamentos, abrangendo desde granadas de mão e fuzis automáticos até aeronaves de combate. A incursão na residência de Schlund e Kolbasnikova gerou repercussões, com um dos apoiadores do casal alegando em um bate-papo no Telegram que a polícia teria invadido o apartamento e causado ferimentos a Schlund durante a busca. No entanto, as autoridades não puderam confirmar imediatamente esses relatos.
Kolbasnikova e Schlund ainda não responderam aos pedidos de comentários sobre o incidente. No passado, Kolbasnikova havia criticado as ações das autoridades alemãs, alegando que tais medidas seriam uma tentativa de silenciar oponentes políticos. O advogado do casal, Markus Beisicht, que já esteve envolvido em comícios anteriores, relatou à Reuters que o apartamento foi danificado durante uma busca realizada na segunda-feira e afirmou que Schlund apresentou pequenos hematomas e lesões após a operação.