Os mercados globais observaram uma queda nos contratos futuros de minério de ferro nesta segunda-feira (18), interrompendo uma série de ganhos sólidos que marcaram na semana anterior. A principal razão para esse declínio é a preocupação crescente relacionada ao setor imobiliário da China, que está deixando investidores e analistas em estado de alerta.
O contrato de referência do minério, com entrega prevista para outubro na Bolsa de Cingapura, registrou uma queda de 0,9%, chegando a US$ 121,90 por tonelada. Este movimento negativo ocorreu depois de ter atingido um pico notável de seis meses, marcando US$ 123,75 na última sexta-feira (15). A volatilidade é um reflexo direto das incertezas no cenário econômico global, com atenção especial voltada para a China.
Na Dalian Commodity Exchange da China, o minério de ferro mais negociado para janeiro fechou as negociações do dia com uma perda de 0,2%, alcançando US$ 119,53 por tonelada. Este declínio não passou despercebido, já que os investidores estão cada vez mais preocupados com as implicações da crise imobiliária chinesa no mercado de commodities.
A crise de individualização que afeta as incorporadoras imobiliárias chinesas é o fator central por trás desse cenário turbulento. Na sexta-feira (15), dados alarmantes revelaram uma queda significativa nos investimentos no setor imobiliário chinês, amplificando ainda mais os temores dos investidores.
Um exemplo emblemático dessa crise é a incorporadora imobiliária chinesa Country Garden, que enfrentou um teste de liquidez crucial com um prazo até esta segunda-feira (18) para pagar US$ 15 milhões em juros vinculados a um título offshore. Essa empresa já escapou da inadimplência no último minuto duas vezes no início deste mês, lançando dúvidas sobre sua capacidade de enfrentar os desafios financeiros.
Outra gigante do setor, a Sino-Ocean Group Holding, apoiada pelo Estado chinês, anunciou na sexta-feira que estava suspendendo os pagamentos de todas as dívidas offshore até que uma reestruturação fosse renovada. Esses movimentos geraram incertezas nos mercados financeiros internacionais.
“Qualquer coisa relacionada ao setor imobiliário continua problemático”, alertaram os economistas do ING em uma nota. Além disso, uma pesquisa recente realizada pelo JPMorgan com investidores chineses e internacionais revelou que o pior da crise imobiliária da China ainda não havia passado, destacando as preocupações generalizadas sobre a estabilidade financeira da segunda maior economia do mundo.