o grupo islâmico armado Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel na manhã deste sábado, com mais de 5 mil foguetes, resultando na morte de pelo menos 250 israelenses. A milícia palestina alega que este é o início de uma operação para a retomada de território, marcando a maior ofensiva dos últimos anos.
A resposta de Israel não se fez esperar, com ataques aéreos que causaram a morte de 232 palestinos, segundo informações de médicos que atenderam as vítimas em Gaza. Além disso, mais de mil pessoas ficaram feridas e aguardam atendimento.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou: “Cidadãos de Israel, estamos em guerra. Não em uma operação ou em rodadas de luta. Em uma guerra.” No final da tarde de sábado, Netanyahu reforçou a sua determinação em “usar toda a sua força” contra o grupo Hamas e prometeu “cobrar vingança por este dia obscuro”. As tropas israelenses estão mobilizando milhares de reservistas e combatendo em diversas áreas ao redor de Gaza.
Relatos da imprensa local sugerem que os milicianos palestinos se infiltraram em Israel a partir de Gaza, por terra, mar e ar, sequestrando soldados e civis. Esta informação foi confirmada pelo braço armado do Hamas, como Brigadas al Qassam. O grupo também alegou ter reforçado o controle de pontos estratégicos na região, como a passagem de Eerez, e ter entrado na prisão da cidade israelense de Ashkelon para libertar prisioneiros palestinos.
Líderes mundiais, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, condenaram a explosão. Macron afirmou que condena “veementemente os ataques terroristas que atingem Israel” e expressou solidariedade às vítimas e às suas famílias. Von der Leyen classificou a ofensiva como “terrorismo na sua forma mais desprezível” e defendeu o direito de Israel de se defender. Scholz declarou que a Alemanha condena os ataques do Hamas e está ao lado de Israel.
Os Estados Unidos também condenaram os ataques do Hamas. A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano afirmou que “condenam inequivocamente os ataques não provocados dos terroristas do Hamas contra civis israelenses” e enfatizou que “nunca há qualquer justificativa para o terrorismo”.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota em que se posiciona contra a operação palestina e exorta todas as partes a exercerem máxima contenção. O Brasil, como presidente rotativo do Conselho de Segurança das Nações Unidas até o final deste mês, convocará uma reunião de emergência do órgão.
Em um discurso neste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou apoio aos aliados internacionais e garantiu ajuda aos países afetados pelo conflito. Netanyahu, por sua vez, reiterou seu compromisso de usar “toda sua força” contra o Hamas e tomar medidas rigorosas contra o grupo.
O Irã, líder do chamado “Eixo de Resistência” contra Israel, declarou seu apoio aos ataques dos milicianos palestinos, com o conselheiro de autoridade máxima do país, Rahim Safavi, afirmando que Teerã estará ao lado dos palestinos “até a libertação de Jerusalém” . O Irã parabenizou o Hamas e a exclusão de vídeos de parlamentares iranianos demonstrando apoio.
O Hezbollah também pediu apoio “árabe e islâmico” às milícias palestinas na nova escalada contra Israel, sinalizando uma potencial expansão do conflito para a região.
O porta-voz internacional do exército israelense, Richard Hecht, alertou para a possibilidade de o conflito se espalhar para a Cisjordânia ou para a fronteira norte, com possíveis ataques vindos do sul do Líbano, onde atuam como milícias palestinas e o Hezbollah.
O Hamas anunciou que os reféns capturados serão usados como moeda de troca para exigir a libertação de prisioneiros palestinos atualmente detidos em penitenciárias israelenses. O Exército israelense está empenhado em recuperar o controle nas áreas onde houve captura de reféns.
Esta escalada no conflito entre Hamas e Israel desperta graves preocupações globais, à medida que os líderes mundiais clamam por uma solução importante e o mundo observa com apreensão o desdobramento dessa crise que ameaça a estabilidade na região do Oriente Médio.