A tragédia se desenrolou na última quinta-feira (9/11/2023), quando um cachorro da raça American Bully foi morto com um tiro na cabeça durante uma operação da Polícia Militar do Distrito Federal, no Núcleo Bandeirante.
A tutora do animal, Leslye Silva Santana, indignada, relata que o cão, chamado Bradock, não apresentou comportamento agressivo, nem mesmo latiu, antes de ser alvejado.
Segundo Santana, a situação se desenrolou de forma abrupta.
Enquanto se preparava para ir trabalhar, ela percebeu policiais adentrando o quintal sem qualquer autorização.
A tutora afirma que o cachorro, conhecido por sua docilidade, limitou-se a cheirar o policial, como costumava fazer.
“Ele era extremamente dócil”, ressalta Santana.
O desfecho trágico ocorreu quando, segundo a tutora, um policial, após tropeçar, sacou a arma e disparou contra o cachorro, ignorando os apelos da família.
O vídeo gravado por moradores mostra o desespero de Leslye ao ver o animal sem vida.
Moradores da região afirmam que a Polícia Militar do Distrito Federal(PMDF) deixou o local sem oferecer explicações ou desculpas, retornando posteriormente na tentativa de levar o corpo do animal sem autorização.
A Polícia Militar alega que o cachorro representava uma ameaça, pois teria avançado, e que o policial “não teve outra opção”.
O caso ganha contornos mais graves diante da ausência de uma explicação convincente por parte das autoridades.
A família registrou um boletim de ocorrência na 21ª Delegacia de Polícia em Taguatinga e planeja entrar com uma ação judicial contra a Polícia Militar.
A Comissão de Defesa dos Animais da OAB-DF acompanhará o caso de perto para assegurar que os fatos sejam devidamente apurados.
Ana Paula Vasconcelos, vice-presidente da Comissão, condena o uso desproporcional da força, enfatizando que atirar fatalmente na cabeça de um animal não pode ser a primeira opção.
Ela destaca a necessidade de uma investigação rigorosa, enfatizando que, se o cachorro representasse uma ameaça, procedimentos adequados deveriam ter sido adotados, como exames de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal.
“Trata-se de um crime brutal, e não podemos normalizar a violência”, ressalta Vasconcelos.
A família busca justiça e espera que a Polícia Militar seja responsabilizada pelos atos cometidos.