A Disney e o governador da Flórida, Ron DeSantis, estão em uma batalha legal. A Disney está acusando DeSantis de realizar uma campanha de “retaliação governamental” após a empresa ter criticado uma lei estadual que proíbe a discussão sobre orientação sexual ou identidade de gênero nas escolas primárias. A empresa está processando a Flórida depois que as autoridades estaduais anularam um acordo envolvendo o parque temático da empresa no Estado. A Disney alega que as medidas de DeSantis para assumir o controle sobre suas operações ameaçam seus negócios e violam seus direitos constitucionais. A empresa está pedindo que a Justiça impeça o governo estadual de anular o acordo.
DeSantis, por sua vez, afirma que as medidas do Estado são para remover regalias especiais para a empresa que não são mais de interesse público. Ele disse que o Estado não “se curvaria a executivos ‘woke’ da Califórnia”, em referência à crítica da Disney à lei estadual.
A briga com a Disney colocou em destaque o perfil de DeSantis, que é amplamente visto como um potencial candidato republicano à presidência dos EUA. Ele apoiou medidas como a proibição do aborto após seis semanas e a lei que proíbe a discussão sobre orientação sexual e identidade de gênero para alunos com menos de dez anos. O Estado expandiu a proibição para mais faixas etárias este mês.
As mudanças no distrito especial que supervisionava o desenvolvimento da terra ao redor da Disney World, que inclui quatro parques temáticos, dezenas de hotéis e locais de entretenimento, deram a DeSantis o poder de nomear membros para o conselho administrativo do distrito, removendo essa autoridade dos proprietários de terras no distrito de 100 quilômetros quadrados. A Disney é o maior dos proprietários.
Antes que o novo conselho fosse instalado, no entanto, a Disney chegou a um acordo de última hora, delineando o escopo do desenvolvimento no distrito e dando à Disney o direito de revisar quaisquer mudanças nas propriedades dentro de seus limites. O contrato limitava os poderes da nova diretoria e incluía termos válidos em perpetuidade ou até “21 anos após a morte do último sobrevivente dos descendentes do rei Charles 3º, rei da Inglaterra”.
DeSantis disse que está estudando uma série de novas medidas, incluindo novos impostos, pedágios e até a abertura de uma prisão estadual perto dos parques. Bob Iger, que comanda a Walt Disney Company, disse que a empresa lamenta que tudo tenha chegado a esse ponto, mas que precisa proteger seus membros, convidados e parceiros de desenvolvimento local de uma campanha implacável do governo estadual.