Os preços da massa italiana(macarrão) subiram, o que gerou uma crise de negociações em Roma entre o governo e os produtores do país.
A massa é um alimento culturalmente importante e muito querido pelos italianos, sendo consumido em média 23 quilos por pessoa por ano.
Porém, os preços aumentaram 17,5% em março de 2023, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, mais do que o dobro da medida mais ampla de inflação de preços ao consumidor da Itália, que ficou em 8,1%.
Para investigar as razões por trás do aumento, o ministro do país para empresas, Adolfo Urso, convocou uma comissão de parlamentares, produtores de massa e grupos de direitos dos consumidores em Roma.
A comissão discutiu possíveis soluções para reduzir os preços, que subiram apesar do preço do trigo, principal ingrediente da massa, ter caído nos últimos meses.
Segundo um porta-voz de Urso, muitos produtores garantiram que os aumentos nos preços da massa eram temporários e atribuíram os preços elevados à disponibilidade de estoques feitos quando o custo das matérias-primas era maior.
Ele ainda acrescentou que os custos de produção diminuíram consideravelmente, o que levará a uma redução nos preços nos próximos dias.
A situação é de importância nacional, pois os preços elevados no varejo não se traduziram em receitas mais altas para os agricultores de trigo, que estão lutando para cobrir seus próprios custos.
Embora o preço do trigo seja uniforme em toda a Itália, em torno de €0,36 por quilograma, o preço de varejo da massa varia amplamente em diferentes regiões.
De acordo com uma análise da Assoutenti, o preço médio de uma caixa de um quilo de espaguete, rigatoni e massa penne Barilla – itens básicos em muitos armários italianos – subiu de €1,70 para €2,13 no período de um ano até março de 2023, um aumento de mais de 25%.
A maior associação de agricultores da Itália, Coldiretti, afirmou que há pouca justificativa para o enorme aumento nos preços de varejo, já que a fabricação de massa requer apenas a mistura de água com o trigo.
O grupo sugeriu que os preços podem ter sido inflacionados artificialmente para aumentar os lucros, com a repercussão da guerra na Ucrânia sendo usada como cobertura. No entanto, não culpou empresas específicas.
Ivana Calò, porta-voz da Unione Italiana Food, que representa produtores de alimentos, afirmou que o preço da massa nas prateleiras é fortemente influenciado pelo preço da energia, embalagens e logística, que aumentaram de preço ao longo do tempo.
A crise em torno dos preços da massa na Itália ainda está em andamento, e as autoridades estão buscando soluções para garantir que um dos alimentos mais amados e importantes culturalmente do país continue a ser acessível a todos.