fbpx

Rio Óder enfrenta séria crise ecológica e causa apreensão na Polônia

No mês de junho, foi observado um aumento alarmante de peixes mortos no rio Óder, gerando preocupação entre os poloneses.

Acredita-se que a causa desse fenômeno seja uma espécie de alga tóxica conhecida como “alga dourada”. Essa alga tem se desenvolvido devido à elevada salinidade das águas e às altas temperaturas registradas no rio.

Recentemente, mais de uma tonelada de peixes mortos foi encontrada próxima ao Canal Gliwice, na Polônia, durante o mês de junho.

No ano passado, um evento similar, porém em maior escala, foi chamado de “desastre ecológico no rio Óder”, resultando na morte de dezenas de toneladas de peixes.

Os especialistas estão atualmente realizando amostragens de água no rio e avaliando a quantidade de mexilhões e peixes.

Infelizmente, os resultados são preocupantes, pois a população de peixes diminuiu pela metade e muitos mexilhões, que desempenham um papel importante na limpeza do rio, também morreram. Uma possível solução seria reduzir a salinidade do rio.

Embora não possamos controlar a seca, o clima ou as altas temperaturas, podemos tomar medidas para influenciar a salinidade.

Em seguida, seria necessário realizar a renaturalização do rio, conforme explicado por Krzysztof Smolnicki, da iniciativa “Salvar o Óder”, em uma entrevista à Euronews.

Diante dessa situação, o governo polonês formou uma equipe de gestão de crises e implementou medidas paliativas para combater o crescimento das algas.

O Ministério do Meio Ambiente está coletando regularmente amostras de água para análise de suas propriedades físico-químicas.

Um grupo de especialistas também fez recomendações ao Centro de Segurança do Governo, que incluem a remoção dos juncos marginais do rio Óder, onde a alga dourada pode encontrar condições mais favoráveis para se reproduzir.

Além disso, serão implementados filtros para bloquear o fluxo de água dos juncos marginais para o leito principal do rio.

No entanto, as ações do governo e as propostas de regulamentação têm sido criticadas por pesquisadores, ativistas e advogados.

Eles argumentam que essas medidas não são adequadas para enfrentar o problema e tampouco lidam com as persistentes mudanças climáticas.

Segundo Agata Szafraniuk, da organização não-governamental Client Earth, a situação dos rios na Polônia é preocupante, com mais de 98% deles em condições ruins.

Há falta de clareza sobre as responsabilidades e coordenação entre as diversas autoridades encarregadas da gestão dos rios.

Além disso, não há um controle efetivo das licenças que regulam o despejo de substâncias nos rios.

Essas falhas sistêmicas na legislação são prejudiciais, especialmente quando se considera que estão previstos mais de 50 investimentos em estruturas hidrotécnicas, como barragens e açudes.

Essas barreiras não estão relacionadas à renaturalização do rio Óder.

Com a aproximação do verão e o aumento das temperaturas, é provável que ocorra uma maior proliferação de algas, o que acarretará em consequências negativas adicionais para os peixes nos rios poloneses.

LEIA TAMBÉM