Durante a cúpula do Grupo dos Sete (G7) celebrada nesta semana, as nações mais avançadas do mundo anunciam seu compromisso em fornecer apoio militar de longo prazo à Ucrânia, em meio à crescente pressão do presidente Volodymyr Zelensky pela adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Enquanto as promessas do G7 são bem-vindas pelo líder ucraniano, ele deixa claro que esse apoio não substitui a importância de se tornar parte da OTAN.
Os países do G7, compostos pelos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, afirmaram que trabalharão em acordos bilaterais de segurança específicos e compromissos de longo prazo com a Ucrânia. O objetivo é garantir uma força sustentável capaz de defender o país e dissuadir uma agressão russa no futuro. Essa assistência incluirá equipamentos militares modernos nos domínios terrestres, aéreos e marítimos, com foco especial em defesa aérea, artilharia e dispositivos de longo alcance, além de veículos blindados e outros recursos essenciais.
Além disso, os membros do G7 anunciaram seu apoio ao desenvolvimento da base industrial de defesa da Ucrânia, bem como ao treinamento e treinos das forças ucranianas. O intercâmbio de inteligência e a cooperação também serão promovidos para fortalecer a defesa cibernética, segurança e resiliência, especialmente em relação às ameaças híbridas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aceitou um modelo semelhante ao que seu país mantém com Israel para a Ucrânia, incluindo um compromisso de US$ 3,8 bilhões em ajuda militar ao longo de uma década. Os países ocidentais já enviaram armas avaliadas em dezenas de bilhões de dólares à Ucrânia para auxiliar o país na luta contra a invasão russa. Nesse sentido, o governo alemão anunciou que fornecerá mais tanques, sistemas de defesa antimísseis Patriot e veículos blindados, enquanto a França revelou o envio de mísseis de longo alcance do tipo SCALP. Além disso, uma coalizão de 11 nações informou que desejava treinar pilotos ucranianos em caças F-16 a partir de agosto.
No entanto, Zelensky reiterou que as promessas do G7 não devem ser vistas como uma substituição da OTAN, mas sim como garantias de segurança em seu caminho para a integração à aliança. Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, o presidente ucraniano enfatizou que “a melhor garantia para a Ucrânia é fazer parte da OTAN”. Na terça-feira, durante a cúpula em Vilnius, a OTAN anunciou que convidará a Ucrânia a ingressar na aliança assim que todos os aliados estiverem de acordo e conforme as condições exigidas forem cumpridas, embora sem fornecer um cronograma detalhado.
Enquanto a Ucrânia buscava sua posição forte em meio ao conflito com a Rússia, os anúncios do G7 foram recebidos com preocupação em Moscou. O porta-voz do Kremlin, Dmitryi Peskov, declarou que esses compromissos minam a segurança russa e tornam a Europa “muito mais perigosa por anos e anos”. Coincidindo com a cúpula, as tropas russas realizaram ataques com drones contra Kiev e sua região por duas noites consecutivas, segundo o comandante da administração militar da capital ucraniana, Sergiy Popko.