Nayib Bukele, presidente de El Salvador, está se tornando uma figura cada vez mais influente e popular na América Latina, tanto entre a direita quanto a esquerda. Sua liderança carismática e políticas polêmicas têm impulsionado seus índices de aprovação, chegando a incríveis 90%, de acordo com pesquisa realizada pela ONG Direção Legislativa que avalia presidentes de 18 países da região. Esse apoio maciço pavimentou o caminho para que Bukele busque um segundo mandato nas eleições marcadas para 4 de fevereiro de 2024.
O jovem líder, de 42 anos, tornou-se conhecido por sua postura anti-gangues e suas medidas energéticas para combater a criminalidade em El Salvador, um dos países mais violentos da região. Por meio de um regime de exceção que permitiu prisões sem ordem judicial, cerca de 70 mil supostos membros de facções criminosas foram detidos, o que contribuiu para uma significativa redução dos homicídios. Desde o início de sua obrigatoriedade em 2019, o país viu uma queda impressionante na taxa de homicídios, passando de 38 por 100 mil habitantes para 7,8 em 2022.
No entanto, a abordagem polêmica de Bukele às questões de segurança pública gerou críticas por parte de organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, que o acusam de violar direitos e de caminhar em direção a uma postura autoritária. A implementação de um regime de exceção tem sido alvo de debate sobre sua eficácia e sustentabilidade a longo prazo, além de levantar preocupações sobre a manutenção dos direitos individuais dos cidadãos salvadorenhos.
Apesar disso, o presidente se mantém popular e carismático, conquistando seguidores tanto na esquerda quanto na direita, além de atrair a atenção de líderes internacionais, como a família Bolsonaro. Sua habilidade em transcender as divisões políticas tradicionais e se posicionar como um “outsider” tem contribuído para sua popularidade e sua presença midiática, sendo um dos líderes mais seguidos no TikTok.
Contudo, especialistas alertam para os riscos do populismo e enfatizam a necessidade de Bukele projetar políticas públicas mais eficientes e efetivas para garantir o sucesso de seu governo a médio e longo prazo. A diminuição das estruturas burocráticas e a concentração de poder levantaram questões sobre o futuro da democracia em El Salvador.
Bukele agora se prepara para buscar o segundo mandato consecutivo, o que requer uma mudança na Constituição. Essa aspiração pode consolidar ainda mais seu poder, mas também traz à tona preocupações sobre o potencial autoritário de seu governo. Como um dos líderes mais proeminentes da América Latina, sua trajetória política continuará a ser observada de perto não apenas pela população salvadorenha, mas também pela comunidade internacional.
Em resumo, Nayib Bukele é um líder controverso que conquistou apoio maciço com suas políticas de combate à criminalidade e sua postura anti-gangues. Sua habilidade em transitar entre as divisões políticas e se apresentar como um “outsider” tem sido eficaz em aumentar sua popularidade. No entanto, o desafio será para Bukele manter seu apoio enquanto enfrenta críticas sobre ações autoritárias e respeito de direitos humanos. Seu segundo mandato é quase certo, mas o futuro político de El Salvador permanece incerto sob seu governo.