fbpx

China anuncia controles de exportação de drones e equipamentos relacionados ao meio a tensão com os EUA

Nesta segunda-feira, o Ministério do Comércio da China anunciou novos controles de exportação para alguns drones e equipamentos relacionados, em uma medida que tem como objetivo proteger “a segurança e os interesses nacionais” em meio à crescente tensão com os Estados Unidos em relação ao acesso à tecnologia. As restrições entrarão em vigor a partir de 1º de setembro e afetarão equipamentos como motores de drones, lasers, sistemas de comunicação e soluções antidrones.

O comunicado divulgado pelo ministério também explicou que essas restrições se aplicarão mesmo a alguns drones de uso civil, deixando claro que nenhum drone de uso civil poderá ser exportado para fins militares. O anúncio reflete a inspiração da China em demonstrar sua posição como um grande país responsável, buscando implementar iniciativas de segurança global e contribuir para a manutenção da paz mundial, conforme observado o porta-voz do ministério, cuja identidade não foi revelada.

O ministério informou que já notificou países e regiões relevantes sobre as novas medidas, buscando garantir que os controles sejam aplicados de forma consistente e responsável. Vale destacar que a China possui uma indústria de fabricação de drones BASTANTE significativa e exporta seus produtos para diversos mercados ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos.

Nos últimos anos, tem havido um aumento nas preocupações dos legisladores dos EUA em relação à dependência de drones chineses, especialmente fabricados pela empresa DJI, que, segundo eles, dominam mais de 50% das vendas de drones nos Estados Unidos e são amplamente utilizados pelas órgãos de segurança pública.

Em resposta às preocupações, a DJI reiterou seu compromisso em cumprir rigorosamente as leis e regulamentos dos países em que atua, incluindo as normas de controle de exportação da China. Além disso, a empresa enfatizou que seus produtos não são projetados nem fabricados para uso militar e que não são comercializados ou vendidos para fins de conflitos ou guerras em qualquer país.

Contudo, a empresa incomodada no passado. No início de 2022, um varejista alemão acusou a DJI de vazar dados sobre posições militares ucranianas para a Rússia. Entretanto, a empresa recusou veementemente essa acusação, classificando-a como “totalmente falsa”.

Em abril deste ano, o Ministério do Comércio Chinês rebateu a influência da mídia dos EUA e do Ocidente de que a China estava exportando drones para o campo de batalha na Ucrânia. O ministério descreveu esses relatos como “acusações infundadas” e destacou que o objetivo era “difamar” as empresas chinesas. O comunicado do ministério enfatizou o compromisso contínuo de fortalecer os controles de exportação relacionados a drones.

Vale ressaltar que essas restrições ocorrem em um contexto de disputas comerciais mais amplas entre a China e os Estados Unidos. No mês passado, a China já havia anunciado controles de exportação de alguns metais amplamente utilizados na fabricação de chips, em resposta às medidas dos Estados Unidos para restringir o acesso chinês a tecnologias-chave, como equipamentos de fabricação de chips.

À medida que a competição tecnológica e geopolítica entre as duas maiores economias do mundo continua a se intensificar, é por isso que essas questões de controle de exportação e acesso à tecnologia continuam a ser pontos de tensão. Enquanto a China busca fortalecer sua posição como uma potência global responsável, os Estados Unidos estão atentos às recomendações estratégicas e de segurança relacionadas à tecnologia chinesa. Resta ver como esses conflitos serão resolvidos e como os países lidarão com o equilíbrio entre o livre comércio e a proteção dos interesses nacionais.

LEIA TAMBÉM