Neste sábado (05), um drone marítimo ucraniano carregado com explosivos atingiu um navio-tanque russo na proximidade da Ponte da Crimeia, que liga a Rússia à península anexada da Crimeia. Este incidente, o segundo do tipo em um espaço de 24 horas, destaca a crescente escalada na disputa entre as duas nações vizinhas.
O ataque ocorreu durante a noite, resultando em danos substanciais ao navio-tanque russo identificado como SIG, que transportava combustível para as forças militares russas em águas territoriais ucranianas. De acordo com fontes de inteligência ucranianas, o drone, equipado com cerca de 450 kg de explosivos, atingiu o navio, criando uma visível e impressionante explosão que, segundo relatos, pôde ser observada a uma considerável distância.
Autoridades russas na Crimeia confirmaram o ataque e informaram que, embora ninguém tenha ficado ferido, a Ponte da Crimeia teve suas operações suspensas temporariamente, juntamente com o transporte de balsas, enquanto as equipes de emergência lidavam com as consequências do incidente.
Este não é o primeiro ato de agressão marítima entre Ucrânia e Rússia nos últimos dias. Na sexta-feira, a base naval russa em Novorossiysk foi alvo de um ataque similar, resultando em danos a um navio de guerra russo. Este ataque marcou a primeira vez que a marinha ucraniana demonstrou sua capacidade de projetar seu poder a uma distância significativa de suas próprias costas.
O governo ucraniano, através de Kiev, afirmou que destruir a infraestrutura militar russa, seja dentro da Rússia ou em territórios sob controle russo na Ucrânia, é uma etapa crucial em sua estratégia de contra-ofensiva após a invasão ocorrida em fevereiro de 2022. O recente aumento da atividade militar e dos ataques marítimos levanta preocupações sobre a potencial escalada do conflito e seu impacto em toda a região.
O navio-tanque atingido, SIG, desempenhava um papel estratégico no fornecimento de petróleo para as forças russas na Síria. O ataque levanta questionamentos sobre a vulnerabilidade das rotas de abastecimento e a capacidade de defesa das embarcações russas.
Enquanto o governo ucraniano não confirmou oficialmente sua responsabilidade pelo ataque, autoridades russas têm manifestado preocupações sobre a crescente influência das forças ucranianas em operações navais de maior alcance. A situação é agravada pela recente tensão comercial, com a Rússia bombardeando portos ucranianos após a retirada de um acordo mediado pela ONU que permitiria a exportação de grãos pela Ucrânia.
Os desenvolvimentos recentes também levantam preocupações sobre a possibilidade de agravamento das tensões no Mar Negro. Autoridades ucranianas alertaram que diversos portos russos na região estão em uma “área de risco de guerra”, sinalizando um cenário potencialmente volátil nos próximos dias.
