Um incêndio florestal devastador que varreu a região de Lahaina, no Havaí, tornou-se um marco trágico na história dos Estados Unidos, marcando o incêndio mais mortal em mais de um século. De acordo com Lori Moore-Merrell, administradora de incêndios dos Estados Unidos, a devastação causada por esse incêndio superou até mesmo o infame incêndio florestal do condado de Butte, na Califórnia, em 2018. Durante uma coletiva de imprensa realizada no último sábado (12), Merrell afirmou que o incêndio atual é um evento sem precedentes em termos de perdas humanas.
O incêndio que engoliu o condado de Butte, na Califórnia, em 2018, tinha causado a morte de 85 pessoas, destruindo uma área total de 62.052 hectares e deixando mais de 18 mil estruturas em ruínas. Agora, os incêndios florestais desta semana em Maui, Havaí, levaram o número de mortos para um alarmante total de pelo menos 93, de acordo com as autoridades locais.
O governador Josh Green descreveu essa tragédia como o “maior desastre natural que o Havaí já presenciou”. A devastação é incomensurável, com aproximadamente 2.200 estruturas destruídas e estimativas de perdas financeiras chegando perto de US$ 6 bilhões. Esta catástrofe ultrapassou até mesmo o desastre histórico do tsunami que atingiu Hilo em 1960, quando 61 mortes foram confirmadas. Entretanto, deve-se observar que antes do Havaí se tornar um estado em 1959, um tsunami devastador em 1946 tirou a vida de 158 pessoas, lembrando-nos das vulnerabilidades naturais da região.
O chefe da polícia de Maui, John Pelletier, informou que os restos mortais de duas pessoas foram encontrados nos destroços dos incêndios florestais de Maui até o momento. No entanto, a busca está apenas começando, com Pelletier destacando que apenas 3% da área foi revistada até agora, mesmo com a ajuda de cães farejadores.
O deslocamento das pessoas afetadas também é uma preocupação significativa. Cerca de 1.000 quartos de hotel foram disponibilizados para evacuados e equipes de resgate. No entanto, o governador Green expressou preocupações sobre realocar as pessoas para locais que carecem de energia elétrica e instalações sanitárias funcionais.
A magnitude do resgate foi impressionante, com quase 15 mil passageiros sendo retirados diariamente, facilitando os esforços de recuperação. Ainda assim, muitas pessoas permanecem traumatizadas pela visão da destruição ao redor e pela difícil situação dos outros afetados.
As perdas financeiras também são de uma escala colossal. As autoridades relataram que cerca de 2.200 estruturas foram destruídas ou danificadas pelos incêndios, com cerca de 86% delas sendo residências. As estimativas das perdas se aproximam de US$ 6 bilhões, de acordo com o governador Green. No entanto, a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) contestou as avaliações de danos, destacando a complexidade de atribuir um valor preciso aos estragos.
Nesse momento de luto e desespero, a comunidade local e os serviços de emergência estão se unindo para enfrentar essa tragédia sem precedentes. Como o governador Green mencionou, o caminho para a recuperação será longo e difícil, mas a resiliência do povo havaiano será um fator crucial para reconstruir o que foi perdido e superar essa tragédia monumental.