Nesta quinta-feira (24), o Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou a imposição de avaliações a 13 indivíduos e entidades supostamente envolvidos na deportação forçada de crianças da Ucrânia. Esta ação, que se soma a uma série de medidas anteriores, reflete a crescente pressão que Washington está exercendo sobre Moscou em resposta à sua invasão da Ucrânia em 2022.
As análises visam não apenas indivíduos diretamente responsáveis pelas deportações, mas também autoridades que, segundo o Departamento de Estado, foram envolvidas em abusos de direitos humanos de menores ucranianos. Além disso, as restrições de vistos foram impostas a três supostas autoridades russas que estariam ligadas a essas autoridades.
O governo dos Estados Unidos, alinhado com seus parceiros europeus, expressou seu compromisso em apoiar a Ucrânia em sua busca pela liberdade. O presidente Joe Biden reforçou esse compromisso durante sua declaração por ocasião do Dia da Independência da Ucrânia, prometendo apoio tanto imediato quanto de longo prazo.
De acordo com as estimativas do governo ucraniano, mais de 19.500 crianças foram deportadas ou deslocadas à força de suas casas desde o início da invasão russa. Entre as entidades atingidas pelas avaliações, destaca-se Artek, um acampamento de verão situado na Crimeia agitada pela Rússia. O Departamento de Estado afirma que Artek recebe crianças ucranianas e as submete a programas de reeducação “patrióticos”, privando-as de contato com suas famílias. O diretor da Artek também foi alvo das avaliações.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, reforçou a posição dos EUA durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU na Ucrânia. Ela enfatizou que ações como essas não serão toleradas, considerando-as crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Essa última rodada de sanções é mais um capítulo da resposta americana à invasão russa na Ucrânia, que resultou em um cenário de destruição e perda de vidas. O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão em março contra o presidente russo Vladimir Putin e a comissária Maria Lvova-Belova, acusando-os de deportar ilegalmente crianças ucranianas – uma ação considerada crime de guerra.
A Rússia, por sua vez, registrou a transferência de crianças para fora da Ucrânia, mas justificou essa medida como uma forma de proteção a órfãos e crianças em situação vulnerável na zona de conflito.
O Departamento de Estado dos EUA sublinhou que a Rússia empregou uma variedade de métodos para fazer as transferências, incluindo remoção de instituições estatais, deportações durante operações de filtragem e alegadas atividades recreativas nos campos da Crimeia e Rússia.
O chefe do Escritório de Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, James O’Brien, reafirmou o compromisso de continuar denunciando essas evidências até que as crianças deportadas podem ser reunidas com suas famílias ou comunidades que garantam sua educação adequada.
Essas avaliações refletem a determinação dos Estados Unidos e de seus parceiros em responsabilizar aqueles que perpetuam tais atos e enviar uma mensagem clara de que a transparência dos direitos humanos, especialmente quando envolver crianças, não serão ignoradas pela comunidade internacional. Conforme a situação evoluir, resta acompanhar de perto como essa pressão diplomática impactará o desenrolar dos acontecimentos na região.