Nos últimos meses, a Nicarágua tem sido palco de um conflito crescente entre o regime autoritário liderado por Daniel Ortega e a Igreja Católica, que se tornou um dos principais alvos das políticas repressivas do governo. Este confronto levanta questões preocupantes sobre a liberdade religiosa e os direitos humanos no país centro-americano.
Uma História de Perseguição Religiosa
A escalada mais recente ocorreu no mês passado, quando o governo nicaraguense baniu os jesuítas, uma ordem religiosa católica proeminente, e apreendeu seus bens de forma ilegal. Esta ação draconiana, que atingiu não apenas a igreja, mas também suas organizações e membros, infelizmente não é um caso isolado na Nicarágua de hoje.
Em fevereiro, o ditador Daniel Ortega expulsou 222 prisioneiros políticos para os Estados Unidos, destacando o clima de repressão que impera no país. Um desses prisioneiros, o bispo Rolando Álvarez, foi decidido a partir e foi condenado por “traição” sem provas ou julgamento, obtendo uma sentença de 26 anos de prisão. O motivo de suas denúncias estava intrinsecamente ligado à sua crítica aberta ao governo de Ortega e à vice-presidente Rosario Murillo.
O Cerco Contra a Igreja Católica
Álvarez não está sozinho em sua resistência ao governo. Vários líderes católicos na Nicarágua denunciaram os abusos e injustiças contra o regime de Ortega, e muitos sofreram duras represálias. O governo vê a Igreja Católica como um obstáculo à sua busca pelo controle total do país e, em resposta, travou uma guerra de perseguição contra ela.
Daniel Ortega, uma figura que emergiu durante a Revolução Nicaraguense em 1979 e voltou ao poder em 2007, usou a coerção e a opressão para manter seu domínio. Em 2018, seu governo apresentou protestos e uma tentativa de golpe, acusando a Igreja Católica de envolvimento na revolta. Desde então, bolsas de padres foram presas ou expulsas, bolsas foram invadidas e imagens sagradas profanadas. A acusação de lavagem de dinheiro e o congelamento de contas bancárias da Igreja Católica agravaram ainda mais a situação.
Um Povo de Fé Resistente
Os católicos da América Central têm uma longa tradição de protesto contra injustiças, e não são facilmente silenciados. O governo estendeu sua campanha anticatólica para instituições de ensino e ordens religiosas, fechando escolas religiosas e rotulando organizações como “agentes estrangeiros”. Mesmo diante dessas adversidades, a Igreja continua a ser um farol de resistência contra a opressão na Nicarágua.
Chamado à Ação Internacional
Os Estados Unidos, que defendem muito a liberdade religiosa global, têm imposições econômicas, canceladas, visíveis e limitadas a ajuda à Nicarágua em resposta a essas flagrantes transparentes dos direitos humanos. Além disso, o Departamento de Estado incluiu o país na lista de “países de preocupação particular”. No entanto, mais esforços são necessários para impulsionar o regime de Ortega para mudar a sua abordagem.
Ortega busca estender sua influência para além da América Central, alinhando-se com ditadores de pensamentos semelhantes, como Kim Jong Un, Vladimir Putin e líderes da Síria e do Irã. A comunidade internacional deve se unir para condenar, veementemente essas ações e reforçar a importância da liberdade religiosa.
Como destacou o presidente da Universidade de Notre Dame, a tentativa de Ortega e Murillo de extinguir o catolicismo na Nicarágua exige uma notificação global em uma escala maior e mais alta. Os líderes religiosos e governamentais de todo o mundo precisam se unir e denunciar de forma incisiva a guerra sacrílega de Ortega. A liberdade religiosa e os direitos humanos não podem ser comprometidos em nome da opressão política.