Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (03) um novo pacote de apoio militar à Ucrânia no valor de US$ 425 milhões, desencadeando uma controvérsia política entre os democratas, o partido do presidente Joe Biden, e a oposição republicana sobre o auxílio a Kiev na guerra contra a Rússia.
O Departamento de Defesa dos EUA detalhou em comunicado que o pacote inclui US$ 125 milhões destinados a atender às necessidades imediatas da Ucrânia no campo de batalha e outros US$ 300 milhões específicos para fortalecer sua defesa aérea a longo prazo. Esta ajuda se reflete em uma ampla variedade de armamento e equipamentos, incluindo munição adicional para sistemas de mísseis terrestres Nasams, lançadores de foguetes Himars, cartuchos de munição de calibres 155 e 105 milímetros, projetos TOW, mísseis antitanque Javelin, bem como mais de 3 milhões de cartuchos de munição para armas pequenas e granadas. Além disso, o pacote abrange minas antipessoais do tipo M18A1 Claymore, 12 caminhões para transporte de equipamentos pesados, peças de reposição, equipamentos para manutenção e operações em clima frio, entre outros recursos.
A entrega desse apoio militar à Ucrânia não está isenta de obstáculos, já que parte dos republicanos se opõe à aprovação de mais recursos com esse fim. O governo Biden propôs um pacote orçamentário adicional de US$ 106 bilhões, com US$ 61,4 bilhões destinados à Ucrânia e US$ 14,3 bilhões para Israel, a ser aprovado no Congresso americano.
No entanto, na quinta-feira, a Câmara dos Representantes, onde os republicanos detêm uma pequena maioria, aprovou um projeto de oposição que prevê direcionar recursos apenas para Israel, financiando-os por meio de cortes na Receita Federal americana. A proposta enfrentou um caminho difícil no Senado, onde os democratas mantêm uma pequena maioria, e o presidente Biden já adiantou que vetaria o texto, caso ele chegue à sua mesa.
Essa divergência no Congresso americano expõe as tensões internas sobre a política externa dos Estados Unidos e o apoio à Ucrânia, em um momento crítico da crise entre Kiev e Moscou. O resultado desse impasse terá repercussões significativas nas relações internacionais e na capacidade dos Estados Unidos de continuarem apoiando seus aliados e parceiros em todo o mundo. A questão da ajuda militar à Ucrânia, portanto, permanece no centro do debate político em Washington.
