A operação policial realizada na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro, na última quarta-feira 15 de março, gerou relatos de moradores que expressaram preocupação e medo diante dos confrontos armados.
Durante a ação, que contou com a presença da Polícia Militar em pontos estratégicos da região, houve intensa troca de tiros entre criminosos e agentes, resultando em três mortes e 26 prisões. Além disso, foram apreendidos oito fuzis, 13 pistolas e drogas.
Um morador da comunidade relatou que a população está desesperada com a violência dos tiroteios, afirmando que é preciso cessar as rajadas de tiros. Outro morador, por sua vez, destacou que a maioria das pessoas que vive na área não compactua com o crime, mas é obrigada a conviver com os bandidos.
Embora a operação tenha removido diversas barricadas, ainda havia algumas ruas bloqueadas na quinta-feira16 de março.
A presença da polícia, no entanto, foi reforçada em pontos estratégicos, incluindo os principais acessos da comunidade. A operação também afetou a rotina escolar de mais de 4.800 alunos, com o fechamento de mais de 15 escolas.
Durante a noite de quarta-feira, a polícia prendeu quatro criminosos, entre eles uma das lideranças apontada como atuante no bairro Gardênia Azul.
As prisões foram realizadas após uma denúncia de que traficantes teriam fugido da Cidade de Deus durante a operação do dia. Um fuzil, duas pistolas, carregadores e munições foram apreendidos na ação.
A operação foi motivada por informações de que a Cidade de Deus estava sendo usada como base do Comando Vermelho em uma disputa de facções criminosas, incluindo milícias, que assola diversas comunidades da zona oeste do Rio de Janeiro.
Com o apoio de um helicóptero blindado do Grupamento Aeromóvel (GAM), dos batalhões de Choque e de Ações com Cães, da Coordenadoria de Operações Especiais (COE) e do Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE), a polícia montou um cerco na madrugada e entrou na favela na manhã seguinte. Houve uma intensa troca de tiros, e um grupo de criminosos acabou cercado pelo helicópterona região de mata.
Após o tiroteio, a polícia prendeu um criminoso com um fuzil AR-15 e uma mochila com droga, além de ter baleado e levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge três suspeitos armados, que chegaram já sem vida à unidade de saúde.