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“Crise no setor automotivo brasileiro: principais fábricas anunciam paralisações devido a dificuldades”

A Volkswagen e a General Motors (GM) iniciaram, nesta segunda-feira 27 de março, períodos de férias coletivas para cerca de cinco mil trabalhadores em suas fábricas localizadas em Taubaté e São José dos Campos, no interior de São Paulo.

Com o mercado em desaceleração, outras montadoras no país também anunciaram a redução da produção entre março e abril, incluindo a Hyundai em Piracicaba, a Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo e a Stellantis em Goiana, Pernambuco, que reúne marcas como Fiat, Peugeot e Citroën.

Na Volkswagen, aproximadamente 2 mil trabalhadores da fábrica de Taubaté ficarão afastados inicialmente por 10 dias, seguido por outro período de férias coletivas para 900 funcionários que só voltarão ao trabalho após o feriado de Tiradentes.

A medida tem como objetivo manter a linha de produção da unidade e lidar com a instabilidade na cadeia de fornecimento de componentes, como semicondutores.

Na GM, a medida afetará cerca de 3 mil funcionários da unidade de São José dos Campos, que representam cerca de 80% da área de produção.

O retorno está previsto inicialmente para o dia 13 de abril. O Sindicato dos Metalúrgicos da cidade explicou que o objetivo também é ajustar o estoque devido à desaceleração do mercado e à queda das vendas.

A indústria automotiva está passando por um momento de dificuldades e está anunciando paralisações em suas principais fábricas no Brasil devido ao aumento dos juros.

Os aumentos da taxa básica de juros, a Selic, feitos pelo Banco Central desde 2021, começaram a trazer consequências mais fortes para a economia.

Uma delas é a redução do consumo devido à dificuldade de concessão de crédito. Para analistas que acompanham o setor, o encarecimento do crédito junto com a redução do poder de compra da população reduziu o potencial de financiamento e, por consequência, a demanda por carros novos.

Embora as montadoras tenham concedido algum descanso durante o fim de 2021, algumas tiveram que segurar sua produção frente à escassez de chips, fazendo com que as férias fossem diluídas ao longo do ano passado.

Este ano, algumas cogitaram o cancelamento do período de recesso para aproveitar e ampliar o volume fabricado, mas acabaram realizando a parada como de costume.

Agora, com a melhora na produção devido à maior regularidade no fornecimento de componentes, principalmente semicondutores, as montadoras conseguiram planejar com mais tranquilidade as tradicionais férias coletivas de fim de ano, que variam de dez a trinta dias.

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