O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, iniciou uma visita de alto risco à China nesta terça-feira, colocando a expansão da montadora de carros elétricos em destaque. Musk, conhecido por suas ideias audaciosas e presença marcante nas redes sociais, retorna ao maior centro de produção da Tesla depois de três anos.
A viagem de Musk marca mais um importante retorno de CEOs dos EUA à China desde que o país reabriu suas fronteiras e reverteu sua política de COVID-0 em dezembro passado. Personalidades como Tim Cook, da Apple, Jamie Dimon, do JP Morgan, e Laxman Narasimhan, da Starbucks, também estão visitando o país asiático esta semana.
Logo após desembarcar em Pequim, Musk se encontrou com o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang. Durante o encontro, Qin utilizou uma elaborada metáfora para descrever as relações entre China e EUA, afirmando que ambos os países devem ser hábeis em sua cooperação para promover benefícios mútuos. A China manifestou seu compromisso em melhorar o ambiente de negócios para investidores, incluindo a Tesla.
Embora a Tesla não tenha respondido a um pedido de comentário sobre a visita de Musk, seu itinerário ou seu encontro com Qin, é claro que a China continua sendo um mercado crucial para a montadora, sendo o segundo maior mercado depois dos Estados Unidos.
Musk, que é conhecido por sua presença ativa nas redes sociais, optou por ficar em silêncio no Twitter durante sua estadia na China, onde a plataforma é proibida. No entanto, espera-se que ele se encontre com outras autoridades chinesas e visite a fábrica da Tesla em Xangai durante sua viagem.
Uma fonte com conhecimento do assunto revelou que uma reunião com Zeng Yuqun, presidente da CATL, uma gigante chinesa de baterias e importante fornecedora da Tesla, também está planejada em Pequim. A CATL desempenha um papel vital no fornecimento de baterias para os veículos elétricos da Tesla.
Enquanto Musk busca fortalecer a presença da Tesla na China, a montadora enfrenta um aumento da concorrência no país, onde estão sendo fabricados cada vez mais veículos elétricos. Além disso, há incertezas em relação aos planos de expansão da fábrica de Xangai, que é considerada o coração e os pulmões da produção global da empresa.
Investidores têm questionado se a Tesla aumentará sua produção em Xangai e se os reguladores chineses autorizarão o lançamento dos recursos avançados de assistência ao motorista disponíveis nos Estados Unidos, como parte do software “Full Self Driving”, que é vendido separadamente por US$ 15.000 por veículo.
A visita de Musk também atraiu atenção para outras empresas de sua propriedade, como a SpaceX, empresa espacial de Musk, e a rede de satélites Starlink. Pesquisadores chineses têm observado tanto a SpaceX quanto o Starlink com interesse e preocupação desde a invasão russa da Ucrânia. Empresas estatais chinesas estão buscando lançar seus próprios satélites de comunicações em órbita baixa da Terra, seguindo o exemplo do Starlink, enquanto pesquisadores militares chineses estudam a tecnologia como uma potencial ameaça.
Enquanto Elon Musk prossegue com sua visita à China, as atenções se voltam para os próximos passos da Tesla e seu relacionamento com o gigante asiático. A expansão da montadora no mercado chinês e as parcerias estratégicas que ela estabelecerá são elementos cruciais para seu sucesso contínuo. Resta acompanhar como essa história se desenrolará nos próximos capítulos.