Dara Cristina de Andrade Rossato, de 27 anos, viveu uma experiência traumática em maio deste ano ao ter seu corpo incendiado pelo próprio marido, Thiago Ricardo Rocha Gonçalves, em sua residência em Franca, SP. Sedada por quase um mês após o ataque, Dara lutou pela vida e conseguiu denunciar o agressor, que foi preso e agora responde por tentativa de feminicídio. Em uma entrevista corajosa, ela relata a batalha pela sobrevivência, o apoio da família e suas esperanças de um recomeço ao lado de seus filhos.
O terrível ataque ocorreu no dia 26 de maio, quando Dara e Thiago estavam em casa. Vizinhos relataram ter ouvido uma discussão seguida de pedidos de socorro da vítima. Thiago tentou alegar à polícia que Dara havia sofrido um acidente doméstico com álcool, mas as evidências e o testemunho de Dara após acordar do coma apontaram para a realidade do crime. Em um vídeo entregue à polícia pela mãe de Dara, a jovem denunciou as agressões anteriores e o machismo presente no relacionamento, clamando por justiça.
Após ser socorrida inconsciente para a Santa Casa de Franca e, posteriormente, transferida para o Hospital das Clínicas em São Paulo, Dara passou por um longo período de tratamento, incluindo sedação e intubação. Mesmo com a alta hospitalar, ela ainda enfrenta a árdua recuperação das graves queimaduras e deve passar por avaliações médicas devido aos enxertos. A jovem também se prepara para uma cirurgia drástica, já que os ferimentos a deixaram com a triste perspectiva de amputar o pé direito.
Dara revela que o relacionamento com Thiago sempre foi marcado por abusos físicos e verbais, mas, apesar disso, ela afirma ter sentido amor por ele, o que a impediu de romper a relação. Comentários maldosos de terceiros sobre ela teriam sido o estopim para o ataque brutal. Agora, além da luta pela recuperação física, ela busca apoio psicológico para enfrentar os traumas causados pelo episódio.
Com o apoio da família, Dara procura superar as marcas das agressões e olhar para o futuro, especialmente para seus filhos. Ela reflete sobre a violência contra as mulheres e faz um apelo para que outras mulheres tenham cautela ao se relacionarem, conhecendo bem seus parceiros. Mesmo diante das dificuldades e da dor, Dara mantém a esperança de uma vida melhor e almeja um mundo onde a violência contra as mulheres seja erradicada.
A história de Dara Cristina é um exemplo de coragem e superação diante de uma situação extrema de violência doméstica. Sua determinação em sobreviver e buscar justiça pelo crime cometido por seu marido mostra a importância de dar voz às vítimas e combater o feminicídio. Enquanto Dara enfrenta a difícil recuperação física e emocional, seu caso ressalta a necessidade contínua de conscientização e proteção das mulheres contra a violência de gênero.