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Candidato à Presidência do Equador é Morto na frente de seus Apoiadores

O Equador foi abalado por um ato de violência chocante no cenário político, com o assassinato brutal de Fernando Villavicencio, um jornalista investigativo, sindicalista e político em ascensão. Villavicencio, que ocupava o quinto lugar nas pesquisas de intenção de voto na disputa presidencial, foi morto a tiros após um encontro político na capital Quito, na última quarta-feira, 9. Sua carreira multifacetada e marcada por denúncias automáticas o transformou em uma figura polarizadora, cuja influência percorreu os campos da mídia, sindicalismo e política.

Ao longo de sua vida, Villavicencio se destacou por sua estrangeira em expor a corrupção e promover a transparência, tanto dentro das instituições estatais quanto no setor privado. Ele liderou o trabalhador estatal Petroecuador, onde fez denúncias de contundentes sobre práticas corruptas e ligações com o governo de Rafael Correa. Suas revelações incendiárias e queixas de crimes contra a humanidade cometidos pelo então presidente resultaram em sua condenação a 18 meses de prisão por supostos ferimentos.

Villavicencio incitou uma série de perseguições e desafios legais em sua busca por justiça. Diante da ameaça de prisão, ele optou por uma vida nas sombras da selva amazônica. Sua saga contínua com uma fuga para o Peru após ser novamente alvo de uma ordem de prisão relacionada ao uso de e-mails hackeados em inquérito de corrupção.

Em 2017, com a mudança de governo sob Lenín Moreno, Villavicencio passou ao Equador. Sua incansável busca por exposição de práticas ilícitas culminou na testemunha de Correa a oito anos de prisão, um confinamento que reforçou a influência que ele exerceu sobre a política equatoriana.

Recentemente, Villavicencio ocupou o cargo de deputado na Assembleia Nacional e presidências da Comissão de Supervisão. Sua aliança política com a ambientalista Andrea González, por meio do partido Movimento Construye, buscava principalmente o combate à corrupção, sendo refletido pelo slogan de campanha: “É hora dos corajosos”.

O plano de governo da chapa incluía medidas audaciosas, como o Plano Nacional Antiterrorista, destinado a desmantelar operações ilegais no país, e a criação de uma prisão de segurança máxima. A militarização dos portos e a formação de uma unidade antimáfia com apoio internacional também eram propostas ambiciosas.

No entanto, a tragédia da morte de Villavicencio e sua ampla influência no cenário político abalam o país em um momento crucial. O Equador se preparava para a eleição de um novo presidente, vice-presidente e membros da Assembleia Nacional em meio a um estado de exceção decretado após o assassinato. A eleição, marcada para 20 de agosto, foi adotada em um ambiente de vibração e tensão.

As últimas pesquisas de intenção de voto mostram Luisa Gonzáles, apoiada por Correa, liderando com 29,2%, seguida por Yaku Pérez com 14,4%, e Otto Sonnerholzner com 12,3%. As pesquisas também se destacam Jan Topic, com 9,6%, e o próprio Fernando Villavicencio, com 7,5%. Brancos e nulos totalizam 16,9%, enquanto outros candidatos somados alcançam 10,1% das intenções.

A morte prematura e trágica de Fernando Villavicencio destaca a preocupação sobre sistema democrático equatoriano e a importância da luta contínua contra a corrupção e o autoritarismo. Seu legado será lembrado como um seguidor de que a voz dos corajosos nunca deve ser silenciada, e sua ausência inevitavelmente reverberará nas próximas eleições e nos rumores do país.

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