Em um emocionante episódio ocorrido no último sábado, 9 de setembro, na cidade de Guarujá, uma cadela chamada Belinha protagonizou uma história de tragédia e sobrevivência que comoveu a todos.
O que deveria ser um simples passeio matinal ao lado de sua tutora, Maria Valdete Oliveira Nóbrega, de 64 anos, se transformou em um drama inesperado.
Enquanto passeavam juntas, a coleira de Belinha se rompeu, deixando-a repentinamente sozinha. A cadela, visivelmente agitada, estava sem sua fiel companheira, Maria Valdete.
O motivo para essa separação abrupta foi trágico: Maria Valdete perdeu a vida ao ser atropelada por um trem, enquanto heroicamente tentava evitar que Belinha fosse atingida pelo mesmo destino.
O filho de Maria, o marítimo Dinarte Oliveira Nóbrega, de 39 anos, foi quem deu as boas-vindas a Belinha em sua casa. Ele havia estranhado a ausência de sua mãe e, preocupado, pressentiu que algo terrível havia acontecido.
A triste notícia chegou a ele quando estava no terminal de catraias que fazem a travessia entre Vicente de Carvalho e Santos, onde um transeunte comentou sobre o acidente envolvendo uma mulher e um trem naquela manhã.
O acidente ocorreu na passagem de nível da Avenida Thiago Ferreira, e Dinarte decidiu ir até o local em busca de mais informações.
Ali, ele soube que uma senhora estava passeando com uma cachorrinha branca, semelhante a Belinha, quando o animal escapou de suas mãos e correu em direção à linha férrea.
Num ato corajoso, a mãe de Dinarte tentou alcançar sua amada cadela, mas infelizmente foi atropelada pelo trem.
O marítimo teve que enfrentar a dolorosa tarefa de confirmar a identidade da vítima, e ao ver fotografias da cena, percebeu que sua mãe estava usando as mesmas roupas que Maria Valdete costumava usar.
O reconhecimento oficial do corpo pela família trouxe a certeza devastadora de que Maria havia perdido a vida, mas sua ação heroica havia salvado Belinha do mesmo destino trágico.
O maquinista do trem relatou à polícia que avistou a senhora próximo à linha férrea e fez o possível para alertá-la, acionando a buzina. No entanto, infelizmente não conseguiu evitar o trágico acidente.
Após a colisão, ele parou a composição e imediatamente comunicou seus superiores.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou a trágica morte da vítima no local, deixando um vazio irreparável na vida da família de Maria Valdete Oliveira Nóbrega.
Enquanto isso, Belinha, a cadela corajosa, conseguiu retornar sozinha para casa, percorrendo sete quarteirões em busca de segurança.