A cidade de Manaus, situada no coração da Amazônia, enfrenta atualmente um grave problema de saúde pública que tem deixado sua população em estado de alerta. Nos últimos três dias consecutivos, uma densa fumaça proveniente de incêndios florestais que assolam a região tem se infiltrado nas casas, ruas e pulmões dos habitantes, desencadeando uma onda de problemas respiratórios.
De acordo com dados alarmantes da Secretaria Municipal de Saúde, somente nos primeiros dez dias de outubro, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atendeu 143 pacientes com problemas respiratórios, representando um aumento notável em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 116 atendimentos. Este aumento é agravado pela classificação da qualidade do ar em Manaus, que atingiu níveis críticos, figurando entre os prejuízos do mundo, de acordo com o Índice Mundial de Qualidade do Ar.
A população local compartilhou nas redes sociais os sintomas preocupantes que enfrentam, incluindo sangramento nasal, coriza, ardência nos olhos e segurança na garganta. Tal situação tem desencadeado revolta e critérios urgentes por medidas eficazes por parte das autoridades locais e do governo federal.
A Prefeitura de Manaus tem se manifestado nas redes sociais com recomendações para que a população se proteja da poluição. Entre as orientações, incluem-se o aumento na ingestão de água, o uso de máscaras, a prevenção de atividades físicas ao ar livre, aglomerações e a necessidade de manter portas e janelas fechadas, além de dispor de vasilhas com água nos ambientes.
Diante da gravidade da situação, o governo federal emitiu um apelo à população de todo o estado do Amazonas para que ficasse em casa, a fim de evitar a exposição à fumaça dos incêndios que devastaram a região. Até o momento, 55 municípios já declararam estado de emergência devido às queimadas. O Ministério do Meio Ambiente anunciou a intensificação dos esforços de combate ao fogo, com o aumento de brigadistas nos próximos dias.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) são igualmente alarmantes, estabelecendo um recorde de focos de calor no Amazonas, com 2.684 registros apenas nos primeiros dez dias de outubro. Isso reforça a urgência de ações coordenadas para combater a devastação ambiental que tem um impacto direto na saúde e na qualidade de vida da população amazônica.