As ações do banco suíço UBS apresentaram queda de cerca de 5% nesta segunda-feira (20), um dia após a empresa anunciar a aquisição do Credit Suisse por US$ 3,2 bilhões. No início do pregão, a queda chegou a ser de 16%, a maior registrada em um dia desde 2008.
Já as ações do Credit Suisse tiveram queda de mais de 60% no mesmo horário, o que foi uma surpresa para o mercado, pois os investidores normalmente adquirem ações de empresas que estão sendo compradas com a expectativa de uma valorização no futuro.
No entanto, o anúncio da compra pelo UBS fez com que os títulos do Credit Suisse perdessem totalmente o valor, levando os investidores a não investirem mais nesses produtos.
A aquisição pelo UBS aconteceu poucos dias depois do principal acionista do Credit Suisse dizer que não colocaria mais dinheiro na instituição financeira por questões regulatórias, o que causou temor no mercado. Papeis de outros bancos europeus também começaram a cair.
O Banco Central da Suíça anunciou que planejava injetar recursos no Credit Suisse para evitar a quebra da instituição financeira, o que ainda pode acontecer caso a compra pelo UBS não seja concretizada.
A situação também afetou os mercados mundiais, com o índice pan-europeu STOXX 600 registrando o seu maior declínio semanal do ano na sexta-feira e o índice bancário europeu mais amplo atingindo o seu nível mais baixo em três meses. As ações de grandes bancos alemães, franceses e de Hong Kong também apresentaram queda.
O estrategista-chefe de mercado da companhia Jones Trading, Mike O’Rourke, afirma que o problema do Credit Suisse não vai desaparecer e que se tornou um problema global após mais de uma semana de pânico bancário e duas intervenções organizadas pelas autoridades.