Após abrir 2023 com a primeira alta em dez meses, a taxa de desemprego no Brasil voltou a subir e atingiu 8,6% dos trabalhadores no trimestre encerrado em fevereiro, segundo dados divulgados pelo IBGE. Apesar da oscilação positiva, o percentual corresponde à menor taxa para o período desde 2015 (7,5%).
O aumento de 5,5% no número de desocupados representa um acréscimo de 483 mil pessoas à procura por trabalho no Brasil. Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, afirma que o aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas e que a melhora do mercado de trabalho foi muito influenciada pela recuperação no período pós-pandemia.
A população ocupada apresentou uma queda de 1,6%, o equivalente a 1,6 milhão de pessoas, durante o trimestre compreendido entre os meses de dezembro e fevereiro. A categoria dos trabalhadores sem carteira assinada no setor privado (-2,6% ou menos 349 mil pessoas) e o trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8% ou menos 330 mil) foram as que mais perderam postos no período.
O número de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável após seis trimestres consecutivos de crescimento significativo, enquanto o número de empregadores reduziu em 206 mil pessoas e agora soma 4,1 milhões de pessoas. A taxa de informalidade também ficou estável no trimestre (38,9%).
Ainda na comparação com o trimestre anterior, houve redução de 471 mil pessoas na categoria dos empregados da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,7%). Adriana avalia que esse movimento tem razões sazonais, relacionadas aos setores de saúde e, principalmente, de educação, que costumam dispensar trabalhadores temporários contratados no início do ano.
Os setores de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, indústria geral, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura e outros serviços tiveram retração no período, sem crescimento de ocupação em nenhum deles.