No último café da manhã com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, surpreendeu sua equipe econômica e o país ao afirmar que a tão alardeada meta fiscal de déficit zero em 2024 dificilmente será alcançada. Essa declaração levanta sérias preocupações sobre a responsabilidade fiscal e o compromisso do governo com a saúde financeira do Brasil.
A afirmação do presidente ocorre em um momento crítico, quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está lutando para negociar com o Congresso medidas que visam equilibrar o orçamento público, especialmente no primeiro ano do novo arcabouço fiscal. Entre essas medidas, destaca-se a taxação dos “super-ricos” e a tributação de benefícios fiscais ao ICMS, que poderiam representar uma injeção significativa de recursos nos cofres públicos.
No entanto, a declaração de Lula lança uma sombra de incerteza sobre a viabilidade dessas medidas, minando a confiança dos parlamentares e dos mercados em relação à capacidade do governo de cumprir suas promessas fiscais. A ausência de um compromisso claro com a meta fiscal zero prejudica a credibilidade do governo e cria um ambiente de instabilidade.
As justificativas de Lula para sua posição são, no mínimo, questionáveis. A busca pela meta fiscal zero não implica necessariamente em cortes drásticos em investimentos e obras públicas. É perfeitamente possível equilibrar as finanças públicas e, ao mesmo tempo, promover o crescimento econômico. O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com seus investimentos de R$ 371 bilhões, é uma peça importante no quebra-cabeça do desenvolvimento do país, mas não pode ser usada como desculpa para ignorar a responsabilidade fiscal.
O governo, apesar de cogitar mudanças na meta fiscal para o próximo ano, ainda enfrenta resistência na Fazenda. Isso evidencia uma falta de coesão e planejamento, minando ainda mais a capacidade do país de enfrentar seus desafios econômicos.
Nesse contexto, parlamentares e membros do governo buscam desesperadamente esclarecimentos sobre a posição oficial do governo em relação à meta fiscal. A ambiguidade do governo coloca uma pressão indevida sobre o Congresso, que precisa tomar decisões importantes para o país.
O Brasil está enfrentando um momento crítico, e a liderança do presidente Lula levanta sérias dúvidas sobre sua capacidade de guiar o país com responsabilidade fiscal. Em vez de promover um ambiente de estabilidade e confiança, sua declaração irresponsável deixa o país em um limbo político e econômico incerto. O Brasil merece um compromisso sério com suas obrigações fiscais e um líder que esteja disposto a cumprir essas promessas.