O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma desordem neurológica que afeta a capacidade de comunicação e comportamento de uma pessoa. Existem vários subtipos de autismo, cada um com diferentes intensidades, sendo classificados em três níveis: alta, média e baixa funcionalidade. Algumas pessoas autistas também podem apresentar habilidades extraordinárias, como talento para artes e memória bem desenvolvida.
As causas do TEA ainda não são totalmente conhecidas, mas fatores hereditários e modificações genéticas são algumas das possibilidades. Outros fatores biológicos, como desequilíbrio metabólico, gravidez em idade avançada e complicações na gravidez, também podem estar associados ao autismo.
Existem muitos subtipos desta condição de saúde, como a síndrome de Asperger, autismo de Kanner e autismo infantil. Todos eles se manifestam em diferentes intensidades, por isso, o DSM V classifica essas condições como um espectro. Veja abaixo os três níveis de intensidade:
Alta funcionalidade: os sintomas não impedem a pessoa autista de estudar, trabalhar e se relacionar, embora as relações sociais sejam conduzidas de forma diferente;
Média funcionalidade: a pessoa autista precisa receber um determinado grau de assistência para executar funções do cotidiano, como preparar uma refeição, trocar de roupa e escovar os dentes; e
Baixa funcionalidade: os sintomas são graves e a pessoa autista precisa de auxílio especializado por toda a vida.
Vale ressaltar que ao longo da vida do autista essa classificação pode mudar de acordo com o seu desenvolvimento,
Abaixo, listamos 12 sintomas. Assim que eles forem notados, a criança deve ser levada ao médico pediátrico ou neurologista para acompanhamento, para chegar fechamento e a conclusão do diagnóstico, deve se acompanhar o desenvolvimento da criança com o apoio de outros profissionais (psicólogos, fonoaudiólogo, psicopedagogo)
1- Evitar contato visual
A criança autista tem dificuldade em sustentar o contato visual. Algumas olham brevemente enquanto outras não conseguem fazê-lo. Para elas, olhar no olho é estressante ou intimidador. Os primeiros sinais desse comportamento podem ser notados quando a criança ainda é um bebê, mas o diagnóstico só é feito quando ela fica mais velha.
2- Ter dificuldade para se expressar oralmente ou não falar
Um dos sintomas que despertam a preocupação dos pais é a dificuldade para se expressar com palavras ou a mudez em idade que a criança já deveria estar falando. Cerca de 25% a 50% das crianças diagnosticadas com TEA não desenvolvem a habilidade de falar, tornando-se “autistas não verbais”. Terapias para a fala são importantes para estimular essa aptidão.
3- Não responder quando é chamado
A criança autista também não costuma responder quando alguém a chama pelo nome ou fala diretamente com ela. Uma possível explicação para essa dificuldade foi descoberta recentemente, segundo o portal americano Healthline. Pode ser que a criança com TEA não responda porque as conexões de recompensa em seu cérebro apresentam deficits.
4- Repetir certos movimentos
Movimentos repetitivos incluem balançar os braços ou as mãos, mover o tronco para frente e para trás, bater os pés no chão, girar sem parar, estalar os dedos, andar nas pontas do pé, movimentar os dedos na frente dos olhos, entre outros.
5- Repetir frases
O ato de repetir frases e expressões é chamado de ecolalia. A criança autista repete frases que ouviu em filmes ou em conversas. Essas repetições podem ocorrer imediatamente a fala de outra pessoa ou minutos e/ou horas depois. Esta é uma das características mais comuns do TEA.
6- Isolar-se socialmente
O isolamento social voluntário pode despertar dúvidas em pais que se perguntam como saber se o filho tem autismo. Crianças autistas podem se distanciar de outras crianças ou de adultos em momentos sociais por diversas razões. Por isso, os pais devem consultar um especialista para descobrir a verdadeira causa desse comportamento. Outro fator a ser considerado é que as crianças autistas possuem dificuldade de permanecer em ambientes que contam com gatilhos que despertam a vontade de fazer esses movimentos. Assim, elas se isolam para evitar o mal-estar ou provocações de outras crianças.
7- Cultivar um interesse específico
É muito comum que crianças autistas tenham um interesse intenso em um assunto específico, como vida animal, astronomia, invenções científicas, computação e natureza. Elas procuram saber o máximo possível sobre o objeto de seu interesse e falam repetidamente sobre ele. Esse comportamento é uma forma reduzir o estresse.
8- Levar expressões ao pé da letra
A pessoa autista tem dificuldade de pensar de modo abstrato. Ela não compreende expressões como “botar a carroça na frente dos bois” e “trocar os pés pelas mãos”. Por isso, ela pode passar o dia preocupada com uma expressão que considerou estranha. As conversas com ela devem ser bem específicas para não acarretar ansiedade ou comportamentos inusitados.
9- Não gostar de barulhos altos e luzes ofuscantes
A criança autista não administra muito bem estímulos do ambiente, como música ou barulho alto (buzinas, sirenes, choque de um objeto pesado contra o chão), e luzes estroboscópicas ou com cores vibrantes. Ela fica estressada e tenta fugir desses estímulos. Por essa razão, algumas crianças com TEA optam por não participar de atividades escolares
10- Brincar com objetos de maneiras inusitadas
Esse sintoma consiste em: alinhar brinquedos em fila, organizá-los por tamanho ou por cor, separar determinados objetos em lugares específicos do cômodo e fazer brincadeiras muito distintas das outras crianças. Como as formas de brincar da criança autista diferem das formas da criança que não está o espectro, os pais costumam percebê-las facilmente.
11- Fazer rituais atípicos e ter apego a rotina
A criança autista adora rotina! Ela desenvolve rituais específicos para se sentir segura no cotidiano ou durante uma certa situação. Quando a sua rotina é quebrada, interrompendo os seus rituais, ela se estressa e pode entrar em crise. Em ambientes demasiadamente estressantes ou durante um período conturbado de sua vida, ela recorre a esses rituais para controlar a ansiedade. Outra característica importante das rotinas é que elas envolvem regras e instruções diretas. Dessa forma, a pessoa com TEA consegue compreendê-las com mais facilidade e não fica receosa com a possibilidade de encontrar imprevistos.
12-Ter pouca noção de situações perigosas
Como a criança com TEA normalmente vive em seu próprio universo, alheia ao que acontece ao ambiente, ela tem pouca noção de perigo e comportamentos suspeitos. Assim, ela pode se colocar em situações ameaçadoras com frequência.
No entanto, é importante lembrar que as pessoas com autismo são únicas e cada caso é diferente. As terapias e tratamentos são personalizados para cada indivíduo e visam ajudá-los a desenvolver suas habilidades e minimizar os sintomas. É importante buscar informações confiáveis e profissionais qualificados para entender melhor o TEA e como lidar com ele.
Se você está preocupado com o desenvolvimento do seu filho ou se suspeita de autismo, é importante conversar com um profissional da saúde, como um pediatra ou um psiquiatra infantil. Eles podem fazer uma avaliação completa do desenvolvimento do seu filho e encaminhá-lo a um especialista, se necessário. Quanto mais cedo o autismo for identificado e tratado, melhores são as chances de melhoria dos sintomas e de um desenvolvimento saudável e feliz da criança.