Na quarta-feira, dia 7, o Estado de São Paulo registrou o primeiro caso de contaminação pelo superfungo Candida auris. A doença foi diagnosticada em um bebê prematuro que está internado no Hospital da Mulher da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior paulista.
Segundo informações divulgadas pelo hospital, o bebê infectado está apresentando boa evolução clínica, porém, algumas fragilidades em seu estado de saúde são atribuídas à prematuridade. Até o momento, não houve relato de outros pacientes contaminados pelo Candida auris no hospital, e a instituição continua monitorando os internados para garantir que não haja mais infecções pelo superfungo na unidade.
Para prevenir a disseminação da doença, a Unicamp adotou a metodologia de precaução de contato para as crianças atendidas pelos médicos que tiveram contato com o caso fonte. A Secretaria de Saúde do Estado informou que o hospital implementou todas as medidas de prevenção e controle necessárias e que a Vigilância Sanitária está acompanhando as estratégias adotadas pela unidade. Além disso, a instituição está autorizada a realizar partos e atender pacientes normalmente.
Em 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária emitiu um alerta sobre a investigação do possível primeiro caso positivo de Candida auris no Brasil. Esse superfungo é resistente a medicamentos e responsável por infecções hospitalares, sendo considerado um dos mais temidos do mundo. O fungo foi detectado em um cateter de um paciente internado em um hospital privado de Salvador, na Bahia. Testes realizados no Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia e na Universidade de São Paulo confirmaram a presença do Candida auris.
De acordo com o alerta emitido pela Anvisa na época, o superfungo apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados no tratamento de infecções por Candida. Ele pode causar infecções na corrente sanguínea e outras infecções invasivas, sendo especialmente perigoso para pacientes com comorbidades. Além disso, existe a possibilidade de surtos devido à dificuldade de identificação oportuna pelos métodos laboratoriais convencionais e de sua eliminação do ambiente contaminado.
A confirmação do primeiro caso de contaminação pelo superfungo Candida auris em São Paulo é motivo de preocupação para as autoridades de saúde. Medidas de prevenção e controle estão sendo adotadas para evitar a disseminação da doença, e é fundamental que os profissionais de saúde fiquem atentos aos protocolos de segurança. A vigilância contínua e o monitoramento adequado são essenciais para proteger a saúde dos pacientes e conter o avanço desse perigoso superfungo.