De acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), aproximadamente um a cada 100 bebês no Brasil nasce com cardiopatia congênita. Estima-se que cerca de 30 mil crianças sejam afetadas por essa condição todos os anos no país, tornando-se a segunda maior causa de mortalidade neonatal.
Recentemente, a atriz brasileira Thaila Ayala compartilhou os desafios que enfrentou ao lado de sua filha de apenas dois meses, Tereza, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Tereza nasceu com uma condição cardíaca congênita e foi submetida a uma cirurgia cardíaca na semana passada. Tereza, que veio ao mundo em abril deste ano, recebeu o diagnóstico da anomalia cardíaca durante a gestação. Essa condição, conhecida como cardiopatia congênita, ocorre nas primeiras semanas de desenvolvimento do coração. A pequena é fruto do casamento de Thaila Ayala com o ator Renato Góes.
Claudia Pinheiro de Castro Grau, coordenadora do serviço de Ecocardiograma Fetal e Pediátrico na Maternidade São Luiz Star, ressalta a importância de estar preparado para o parto, com assistência adequada e especializada, uma vez que cerca de 30% dos casos de cardiopatia congênita requerem intervenção cirúrgica logo após o nascimento. Ela destaca a relevância do diagnóstico precoce, que pode ser realizado por meio do exame de ecocardiograma fetal durante o pré-natal. Esse exame avalia detalhadamente as estruturas cardíacas do feto, como as artérias e as válvulas, permitindo a detecção de anomalias ainda durante a gestação.
No caso da pequena Tereza, a cirurgia foi necessária devido ao tamanho da Comunicação Interventricular (CIV), uma abertura entre os ventrículos do coração. A CIV de Tereza era significativa e causava impactos em seu organismo, dificultando seu ganho de peso e provocando fadiga, pois a anomalia permitia que uma quantidade maior de sangue fosse direcionada para os pulmões. Claudia enfatiza que nem todas as Comunicações Interventriculares requerem cirurgia, uma vez que o tratamento depende do tamanho e do tipo da anomalia.
Em junho, o governo federal aprovou uma lei que incluiu o ecocardiograma fetal como parte do pré-natal oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa medida foi considerada uma conquista importante, pois proporciona maior segurança e acompanhamento adequado dos casos de cardiopatias congênitas.
Outro caso conhecido é o do ator Juliano Cazarré e sua esposa, Letícia Cazarré, que comemoraram a alta hospitalar de sua filha mais nova em janeiro deste ano. A criança também nasceu com uma condição rara no coração, chamada de anomalia de Ebstein, causada por uma má formação da válvula tricúspide. Desde seu nascimento, em junho de 2022, a filha do ator permaneceu internada e passou por múltiplas cirurgias devido à insuficiência cardíaca decorrente da doença.
Esses casos destacam a importância do diagnóstico precoce, do acompanhamento médico adequado e do acesso a tratamentos especializados para garantir o melhor cuidado possível às crianças com cardiopatias congênitas. A conscientização sobre essa condição e a inclusão do ecocardiograma fetal no pré-natal contribuem para a identificação e o tratamento precoces, melhorando as chances de uma vida saudável para esses corajosos pequenos corações.