fbpx

Tecnologia Limpa no Canadá: Bilhões de Dólares em Risco Devido a Atrasos em Incentivos

Há mais de um ano, o Canadá promete um futuro mais verde e sustentável com incentivos substanciais para projetos de tecnologia limpa. No entanto, o que se esperava ser uma corrida em direção a um futuro mais limpo está atualmente em um impasse, com bilhões de dólares canadenses em investimentos suspensos no limbo. A falta de ação ameaça colocar em risco mais de 50 bilhões de dólares canadenses em investimentos, de acordo com grupos da indústria.

O governo liberal do primeiro-ministro Justin Trudeau comprometeu-se a disponibilizar cerca de 27 bilhões de dólares canadenses em Créditos Fiscais de Investimento (ITCs) ao longo de cinco anos, a fim de estimular os investimentos em tecnologias verdes. Essa medida visava, em parte, competir com os generosos incentivos oferecidos pelos Estados Unidos, que já estiveram em vigor há mais de um ano.

Bob Masterson, presidente e CEO da Associação da Indústria Química do Canadá, expressou sua preocupação: “As empresas estão ficando impacientes, dada a certeza que têm nos EUA.” Ele instruiu o governo a tomar medidas urgentes neste outono.

Masterson aponta que existem “muito mais de 25 bilhões de dólares canadenses em investimentos propostos” em mais de uma dúzia de projetos na indústria, todos à espera de incentivos há meses.

O governo anunciou inicialmente cerca de 10 bilhões de dólares canadenses em ITCs para investimentos em tecnologias limpas, como energia eólica, energia solar e captura e armazenamento de carbono (CCS) há 17 meses. Recentemente, concluímos consultas sobre essa legislação com a indústria. Além disso, outros 17 bilhões de dólares canadenses em ITCs para projetos relacionados à proteção limpa, eletricidade e produção foram anunciados há seis meses, encontrando-se em uma fase anterior de implementação.

Ambos os conjuntos de ITCs serão aplicados retroativamente aos dados descritos anteriormente, afirmou um funcionário do Ministério das Finanças, dando às empresas alguma confiança de que o dinheiro eventualmente fluirá. No entanto, a demora no processo de consulta tem gerado preocupação crescente.

O compromisso de Trudeau com a transição para uma economia de baixo carbono é fundamental para alcançar a meta de reduzir as emissões do país para zero até 2050. As TIC são um componente crucial dessa estratégia.

Empresas como fabricante de cimento Lafarge estão contando com esses incentivos para seus planos ambiciosos, como a captura de 1 milhão de toneladas de toneladas de emissões de carbono por ano em sua fábrica em Exshaw, Alberta. Segundo os chefes de sustentabilidade da empresa, a existência dos ITCs no Canadá é essencial para o sucesso de seus projetos de descarbonização.

Dennis Darby, presidente dos Fabricantes e Exportadores Canadenses (CME), que representa 2.500 empresas, alerta para a urgência da situação, dado que as empresas estão a tomar decisões de investimento neste ano civil. Para competir com os Estados Unidos, os membros do CME precisarão investir entre 25 e 50 bilhões de dólares canadenses em projetos verdes nos próximos quatro ou cinco anos.

Adam Auer, presidente da Cement Association of Canada, acrescenta que seus membros também têm “bilhões” em projetos à espera dos ITCs.

O exemplo concreto de um projeto da Dow Chemicals em Fort Saskatchewan, Alberta, que seria a primeira instalação petroquímica descarbonizada do mundo, é um lembrete da importância destes incentivos. A incerteza em torno das TICs pode influenciar profundamente as decisões de investimento e a imagem do Canadá no cenário internacional.

Rachelle Schikorra, porta-voz da Dow Chemicals, afirmou: “Estamos trabalhando com o governo canadense para confirmar os incentivos necessários para que possamos tomar uma decisão final de investimento este ano.”

O tempo está passando, e o Canadá corre o risco de perder sua posição na corrida global por investimentos verdes. Se os incentivos não forem implementados com rapidez, o país poderá enfrentar não apenas perdas financeiras significativas, mas também um revés em sua ambição de liderança a transição para uma economia de baixo carbono.

LEIA TAMBÉM