Na era da busca por alternativas ecologicamente corretas, o Brasil emerge como um possível líder na produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), um marco revolucionário com potencial para transformar a indústria aeroespacial global. Com base nas recentes descobertas e investimentos em pesquisa, especialistas afirmam que o país possui as matérias-primas e o conhecimento técnico necessários para impulsionar essa inovação.
O SAF, um combustível menos poluente derivado de fontes renováveis como biomassa e biocombustíveis, desponta como uma solução promissora para reduzir as emissões prejudiciais ao meio ambiente, principalmente na aviação. Segundo especialistas, o Brasil possui vasto potencial inexplorado neste campo.
“Estamos sentados em um pote de ouro, que são as nossas matérias-primas, de acordo com cada região desse Brasil. (…) Precisamos tomar decisões rápidas e nós temos o potencial para que isso aconteça,” afirma Fabíola, pesquisadora do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, ressaltando o potencial latente do país.
Apesar das pesquisas em andamento, a implementação do SAF no Brasil enfrenta desafios significativos, principalmente relacionados à falta de investimentos e regulamentação. Especialistas como Laís Thomaz, pesquisadora da Universidade Federal de Goiás, apontam para a necessidade de aproveitar o conhecimento acumulado na produção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, para impulsionar essa inovação.
Uma comissão de pesquisadores brasileiros recentemente visitou a Finlândia para conhecer de perto a estrutura da Neste, a maior empresa produtora de SAF do mundo. Este movimento ressalta o interesse crescente do Brasil em se tornar um grande produtor desse combustível revolucionário.
No entanto, já existe um projeto-piloto em funcionamento no Rio Grande do Norte para a produção do combustível sustentável de aviação. Embora seja um passo promissor, ainda é necessário um aporte significativo de investimentos e a implementação de regulamentações adequadas para a expansão desse projeto em escala nacional.
Contrariando expectativas, adaptar a frota aérea para utilizar o SAF não parece ser o maior obstáculo. Pratik Chandhoke, gerente de aviação renovável , destaca que “uma das vantagens do SAF é que a estrutura das aeronaves já está pronta. Você não precisa mudar os tanques, canos e motores dos aviões”, evidenciando a viabilidade técnica dessa transição.
Com a expertise em biocombustíveis e um rico leque de matérias-primas disponíveis, o Brasil se encontra no epicentro de uma revolução no setor da aviação. Resta agora a conjugação de esforços entre governo, indústria e instituições acadêmicas para alavancar esse potencial e impulsionar a produção e uso do SAF, colocando o país na vanguarda da sustentabilidade na aviação mundial.