Em uma entrevista explosiva durante o evento promovido pelo jornal The New York Times nesta quarta-feira (29/11/2023), Elon Musk lançou acusações de chantagem contra empresas que retiraram seus anúncios do X (anteriormente conhecido como Twitter), alertando que tal medida levaria à ruína da plataforma de rede social.
O bilionário, em um evento na cidade de Nova York, criticou as empresas que aderiram a um boicote publicitário contra o site, acusando-as de tentar chantageá-lo.
Durante a entrevista, realizada no DealBook Summit do New York Times, Musk expressou sua posição de maneira contundente, declarando: “Vão se *****.”
O fundador da Tesla e SpaceX havia enfrentado críticas após ser acusado de antissemitismo em uma postagem em sua própria rede social, o que levou algumas empresas a interromperem seus anúncios no X.
Musk se desculpou pela postagem, admitindo que poderia ser a coisa “mais idiota” que já compartilhou online.
Entretanto, foi sua reação ao boicote publicitário, envolvendo empresas de renome como Disney, Apple e Comcast, que gerou agitação no evento que reúne líderes dos mundos dos negócios, da política e da cultura.
Musk declarou categoricamente: “Não quero que anunciem. Se alguém vai me chantagear com publicidade ou dinheiro, vão se *****! Está claro? Espero que esteja.”
Durante o evento, Musk parecia se dirigir a Bob Iger, presidente-executivo da Disney, que participou de um painel no início do dia.
Linda Yaccarino, presidente-executiva do X, também estava presente e foi acusada de tentar trazer de volta os anunciantes à plataforma.
Musk enfatizou que o boicote publicitário poderia levar ao declínio do X, afirmando: “O que este boicote publicitário vai fazer é matar a empresa.
O mundo inteiro saberá que esses anunciantes mataram a empresa, e documentaremos isso detalhadamente.”
A presidente-executiva do X, Linda Yaccarino, respondeu às declarações de Musk, classificando o episódio como uma “entrevista sincera” e destacando que o X proporciona uma independência de informação desconfortável para algumas pessoas.
O histórico recente de Musk no X inclui uma visita a Israel após aparentemente apoiar uma teoria da conspiração antissemita.
Apesar de se desculpar pela postagem controversa, o boicote publicitário não está unicamente relacionado a esse incidente, com muitos anunciantes optando por gastar seu orçamento em outras plataformas.
Musk, em uma entrevista à BBC em abril, havia afirmado que a maioria dos anunciantes retornaria ao X.
No entanto, três meses depois, reconheceu uma queda de 50% na receita publicitária.
O X contestou um relatório da Media Matters, alegando que anúncios estavam sendo associados a conteúdo nazista, entrando com uma ação judicial contra o grupo de monitoramento progressista.
Apesar das declarações contundentes de Musk, resta incerto o impacto que terão sobre a decisão dos anunciantes.
A atual composição da receita do X proveniente de anúncios não é clara, uma vez que a empresa, agora privada, deixou de publicar relatórios trimestrais.
Antes da gestão de Musk, a publicidade representava aproximadamente 90% da receita do Twitter.