O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, compareceu à sede da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira para prestar depoimento aos investigadores sobre os ataques ocorridos em 8 de janeiro. O depoimento durou cerca de cinco horas, e o general deixou o local por volta das 13h30, sem falar com a imprensa.
Gonçalves Dias foi questionado sobre sua presença no Palácio do Planalto durante os ataques e sua relação com os invasores. Em particular, foi indagado sobre os motivos de não ter liberado as imagens das câmeras de segurança que o mostram no local. As imagens, obtidas pela CNN Brasil, mostram o general orientando os responsáveis pelos atos.
Após a repercussão das gravações, Gonçalves Dias pediu demissão do cargo de ministro do GSI, e Ricardo Capelli, ex-interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, assumirá a pasta interinamente.
Os ataques ocorreram em 8 de janeiro, quando prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por manifestantes bolsonaristas que protestavam contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.
No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. No Planalto, suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial. Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, danificaram as togas e vandalizaram a fachada do prédio.
Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal em Brasília. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outras aguardam o pedido de habeas corpus. Nesta semana, o STF tornou réus os primeiros 100 suspeitos de participação nos ataques, e outros 200 casos estão previstos para serem analisados nos próximos dias. A investigação continua em andamento para apurar responsabilidades e punir os envolvidos nos ataques ocorridos em janeiro.