Nesta quarta-feira (14), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedeu liberdade provisória ao humorista Bismark Fugazza, conhecido por seu trabalho no Canal Hipócritas. Fugazza estava detido desde 17 de março no Complexo Médico Penal do Paraná, e sua soltura foi confirmada por seus familiares à Gazeta do Povo, por volta das 9h40 desta quinta-feira (15).
O humorista, que foi preso no Paraguai, tornou-se alvo das autoridades devido à sua participação em manifestações pró-Bolsonaro e opositores à posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, ele esteve presente no acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília.
A assessoria de Bismark divulgou uma nota afirmando que ele estava detido por certo envolvimentos com atos antidemocráticos, nos quais grupos financiados por empresários, ainda não se identificavam, insatisfeitos com o resultado das eleições de 2022, bloquearam o trânsito de rodovias do país com o objetivo de abolir o Estado Democrático de Direito, pleiteando um “golpe militar”.
No entanto, o relatório final da Polícia Federal, emitido em 12 de maio, afirmou que “não foi possível evidenciar, de maneira minimamente razoável, que Bismark teve ou promoveu a prática dos atos atentados às instituições democráticas ocorridas no dia 08/01/ 2023”.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou contra a manutenção da prisão, que durou 90 dias. Segundo a PGR, “não há razões para a manutenção da medida cautelar extrema, cuja eficácia já se mostrou suficiente”.
Apesar de sua libertação, Moraes estabeleceu uma série de medidas cautelares para o humorista, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de deixar a cidade onde residir e a restrição do uso de redes sociais. Além disso, Fugazza teve seu passaporte e registros de armas de fogo cancelados, e será obrigado a se apresentar semanalmente à Justiça por tempo indeterminado.