Nos últimos meses, um grupo de mulheres diplomatas que apoiaram o presidente Lula durante sua eleição manifestou sua “frustração” com o líder petista. A Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras, que antes havia demonstrado seu apoio ao utilizar o emblemático gesto “L” em 2022, agora critica a suposta perpetuação do preconceito de gênero no Itamaraty.
Uma fonte de descontentamento reside nas nomeações recentes de embaixadores homens para cargos no exterior, especialmente para pessoas consideradas de maior prestígio na carreira diplomática. Em uma nota divulgada na quarta-feira passada, como diplomatas afirmam que essas nomeações evidenciam um notório descompasso entre as palavras e ações do presidente.
Citando o compromisso com a diversidade de gênero assumido pelo chanceler Mauro Vieira ao assumir sua carga, o grupo de diplomatas expressa sua reserva por, quase seis meses após o início do mandato de Lula, não tendo sido tomadas medidas que demonstrem um comprometimento efetivo com a promoção da equidade de gênero e, acima de tudo, respeito ao profissionalismo e dedicação das mulheres na carreira diplomática brasileira.
Além disso, os diplomatas fazem uma comparação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando Lula de adotar uma postura semelhante em relação à indicação de mulheres para cargos de destaque. Essas críticas se somam às decepções expressas anteriormente por lideranças do movimento negro e ativistas LGBT+ em relação ao governo atual.
Após a posse, Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+, manifestou sua insatisfação por não ter recebido um ministério e solicitou a criação de um departamento no Ministério de Direitos Humanos com recursos financeiros adequados.
Isso mostra as dificuldades enfrentadas por grupos de diferentes frentes, como mulheres, negros e a comunidade LGBT+, para avançar com suas agendas no governo atual. Para muitos militantes dessas pautas, a expectativa de ver suas demandas atendidas tem sido desafiadora diante das decisões e nomeações realizadas até o momento.